Mundo deve dividir água para evitar guerras, diz FAO Segundo agência da ONU, líquido poderá ser a causa de guerras entre nações Os países do mundo todo precisam aprender a dividir a água de forma justa a fim de evitarem conflitos em torno desse imprescindível recurso natural no momento em que o crescimento populacional e as mudanças climáticas o tornam ainda mais raro, afirmou nesta quinta-feira, 22, o chefe da agência de agricultura das Nações Unidas. O setor agrícola consome 70% da água doce tirada dos lagos, rios e lençóis freáticos do mundo, e essa demanda deve aumentar em 14% nos próximos 30 anos, afirmou Jacques Diouf, chefe da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). "Os conflitos em torno da água podem se intensificar nas áreas com poucos recursos hídricos, e envolveriam tanto comunidades locais quanto países", afirmou Diouf em uma entrevista coletiva concedida no Dia Mundial da Água. "A falta de instrumentos institucionais e legais adequados para compartilhar a água pode piorar condições de vida já difíceis. Na falta de regras claras e sedimentadas, o caos tenderá a dominar, e os jogos de poder desempenharão um papel excessivo", afirmou. Segundo a FAO, enquanto os seres humanos bebem entre 2 e "O verdadeiro consumo diário de água por pessoa é mil vezes maior do que o consumo aparente calculado segundo a ingestão direta", afirmou Diouf. Atualmente, 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso a recursos hídricos adequados e, em virtude da previsão de que a população mundial passe dos atuais 6,5 bilhões de pessoas para, até 2025, 8 bilhões, espera-se que 1,8 bilhão de moradores do planeta lutarão contra a falta de água naquele ano, estima a FAO. E o aquecimento global deve aprofundar ainda mais o problema, especialmente nas regiões áridas e pobres, afirmou Diouf. A fim de ampliar a cooperação além fronteira no uso da água, os dez países banhados pelo rio Nilo negociam um acordo de compartilhamento de água que, segundo a FAO, poderá servir de modelo para outras áreas onde os escassos recursos naturais poderão, assim, ser divididos de forma pacífica. Data: 22/03/2007 |