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Programa de bolsas para Europa deve ser ampliado

Brasil é o segundo maior beneficiário do Erasmus Mundus - financiado pela União Européia - com 43 bolsistas brasileiros na Europa, atrás apenas da China. Mesmo assim, programa precisa ser redefinido.

Representantes do MEC, do Ministério das Relações Exteriores e da Comissão Européia de temas educacionais participaram na terça-feira, 20, em Brasília, da 10ª Reunião da Comissão Mista Brasil-União Européia.

Os membros integraram um encontro técnico para discutir cooperação acadêmica e intelectual entre o Brasil e a União Européia, nas áreas de educação superior e pós-graduação. O destaque da reunião foi o programa Erasmus Mundus.

O programa destina bolsas de graduação, mestrado e doutorado para intercâmbio acadêmico de professores e alunos entre Brasil e União Européia.

O Brasil é o segundo maior beneficiário do Erasmus Mundus - financiado pela União Européia - com 43 bolsistas brasileiros na Europa, atrás apenas da China. Mesmo assim, a conclusão da reunião é de que o programa precisa ser redefinido.

"Hoje, o Erasmus Mundus funciona de maneira muito fragmentada e é isso que queremos mudar. Ele é aberto e negociado entre as universidades sem a participação do governo brasileiro", explicou o chefe da Assessoria Internacional do MEC, Alessandro Candeas.

Segundo o assessor, não há, por exemplo, definição de quais áreas educacionais devem ter prioridade no intercâmbio.

A Europa quer ampliar o acordo com o Brasil e unificar todos os programas de bolsas num grande programa Erasmus Mundus, em que haverá um projeto específico para o país.

Como o atual Erasmus e demais programas de financiamento ainda estão em vigor, a idéia é que o novo Erasmus Mundus entre em vigor em até dois anos.

Grupo de trabalho

Para definir os contornos do novo acordo, uma das ações propostas na reunião foi a criação de um grupo de trabalho com representantes brasileiros e europeus.

Os membros brasileiros se comprometeram a fechar a lista de participantes dentro de dez dias. O grupo definirá detalhes práticos como universidades participantes, número de bolsas oferecidas e requisitos necessários à candidatura de bolsas.

O interesse da Comissão Européia e do Brasil é trabalhar em conjunto na definição das áreas de intercâmbio que, por enquanto, não coincidem com as demandas brasileiras de formação acadêmica.

"Estudantes, professores e universidades se candidatam sem haver planejamento. Brasil e Comissão Européia querem se engajar em todas as etapas do processo, desde a seleção das áreas e das universidades participantes", disse Candeas.

Segundo ele, a idéia é formar um consórcio de universidades européias e brasileiras, a partir da experiência brasileira em acordos do tipo com outros países, como com os Estados Unidos.

Outras iniciativas

Entre as propostas apresentadas pelos membros brasileiros, estão ainda a criação de um Centro de Estudos Europeus no Brasil e a formação de uma rede de brasilianistas europeus (que agrega estudiosos sobre o Brasil na Europa).

O Brasil pretende incluir os dois temas na agenda que discute a ampliação do Erasmus Mundus para o país. A idéia é que o programa financie também o intercâmbio de pesquisadores das duas instituições entre Brasil e Europa.


Data: 21/03/2007