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Imagens de satélite são geradas a cada 15 minutos para a América do Sul

CPTEC/Inpe vai fornecer a cada duas horas perfis de temperatura e umidade da atmosfera, informações fundamentais à previsão de tempo, que eram antes obtidas duas vezes por dia

A Administração Nacional do Oceano e Atmosfera (NOAA), dos EUA, coloca o satélite GOES-10 à disposição de países da América do Sul. Aumento substancial de imagens e dados irá melhorar o monitoramento e as previsões de tempo.

O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), começa neste mês a gerar imagens da América do Sul a cada 15 minutos, duplicando a capacidade anterior.

Também irá fornecer a cada duas horas perfis de temperatura e umidade da atmosfera, informações fundamentais à previsão de tempo, que eram antes obtidas duas vezes por dia.

Este aumento significativo de dados e imagens de meteorologia foi possível graças ao acesso integral do Inpe ao satélite Goes-10, controlado pela NOAA. As imagens já estão disponíveis na webpage do CPTEC/Inpe: satelite.cptec.inpe.br/.

Além deste satélite, a NOAA oferece os serviços do Goes-12, que atende também à meteorologia dos EUA.

Segundo o chefe da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DSA) do CPTEC, Luiz Augusto Machado, "a maior freqüência na cobertura de imagens e obtenção de dados irá resultar numa melhoria significativa do monitoramento meteorológico e ambiental e também da previsão de tempo e clima do continente".

Até há pouco tempo, a regularidade da cobertura de imagens da América do Sul ficava comprometida quando um furacão surgia no Atlântico Norte. Nessas ocasiões, a meteorologia norte-americana colocava toda a sua capacidade de monitoramento na cobertura do evento.

Com isso, o satélite que também dava cobertura à América do Sul passava a monitorar prioritariamente o fenômeno, deixando o continente em segundo plano.

Para contornar a falta de imagens da América do Sul nestes episódios, negociações foram iniciadas em 2004 entre especialistas do Inpe, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e da NOAA.

No ano passado, a instituição norte-americana concedeu integralmente os serviços do satélite Goes-10, que ficaria fora de uso pelos EUA, mas ainda extremamente útil aos países sul-americanos.

As negociações foram acompanhadas pelos serviços meteorológicos de outros países do continente e conduzidas no âmbito do GEOSS (Sistema de Sistemas de Observação Global da Terra), por meio do qual instituições de pesquisa do mundo inteiro buscam ampliar a capacidade de monitoramento ambiental do planeta.

A NOAA encerrou no final do ano passado a manobra do Goes-10 transferindo-o da órbita 135º Oeste para a 60º Oeste. Após os ajustes necessários, o satélite entrou em operação neste mês com posicionamento orbital e condições privilegiadas, nunca antes obtidos, na cobertura da América do Sul.

O Goes-10 continua a ser operado pela NOAA, mas uma comissão de especialistas das instituições usuárias irá administrar a coleta e distribuição de dados e imagens.

Além destes ganhos, Machado destaca a maior regularidade na cobertura da América do Sul. "Somente problemas nos atuais satélites que monitoram os EUA poderão tirar o Goes-10 da atual órbita", afirma.

Segundo o especialista, o satélite poderá funcionar por mais quatro anos. Depois disso, há possibilidades de o Goes-11 substituir o Goes-10 na cobertura da América do Sul.


Data: 07/03/2007