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Afinal, aprender ciência serve para quê?

Por incrível que pareça, a dúvida ainda é comum na cabeça de muita gente que acha que só saber ler, escrever e fazer conta já são o suficiente. "Mas é a ciência que na verdade ajuda a dar significado para a vida das pessoas", defende o físico Ernst Hamburger, que criou o projeto Mão na Massa, no começo da década, quando dirigia a Estação Ciência, e inspirou o trabalho de Sandra.

Batendo papo com seus primeiros alunos sobre o assunto do momento, o aquecimento global, ela viu como a falta de conhecimento científico pode fazer a diferença entre ser um agente dos acontecimentos ou mero espectador.

Num primeiro momento, eles se disseram assustados com as mudanças climáticas, mas confessaram não saber o que fazer.

Moacir chegou a arriscar uma explicação: "O efeito estufa é culpa do gás que sai das geladeiras, não é?" Sandra correu para acudir: "Não, não, esse é responsável pelo buraco na camada de ozônio". "Ué, mas não é a mesma coisa?"

Outro aluno, Olívio Ribeiro de Sousa, de 62 anos, interveio: "Não, você está confundindo. O problema é o gás carbônico que sai dos carros."

"Ah, é, da queima do combustível, né?", começa a entender Moacir. "Mas e o lixo que a gente joga nos rios?", retruca. Sandra logo percebe a confusão. "De fato tudo isso degrada o meio ambiente", explica, "mas estamos falando de coisas diferentes".

O assunto ficou para uma próxima aula, mas a conclusão foi imediata: "Eles têm noção do problema, mas a informação tem de ser trabalhada para ter efeito", afirma Sandra.

"Em uma discussão assim rápida conseguimos identificar as informações que eles já têm. Há um nível grande de consciência, só precisamos trabalhar com isso."


Data: 05/03/2007