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MEC e MCT investem na capacitação de pesquisadores

Um total de 125 pesquisadores brasileiros participa do Programa de Capacitação em Taxonomia (ciência da classificação), realizado em parceria entre a Capes e o Ministério de C&T, por intermédio da Secretaria de Biotecnologia, do CNPq.

O objetivo do programa, iniciado em março de 2006, é contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico nacional nas áreas biológicas e afins.

O programa, que é conhecido pela sigla Protax, visa, também, dar apoio à implementação das diretrizes da Política Nacional de Biodiversidade e da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica.

Do total de pesquisadores que participam do programa, 111 recebem bolsas do CNPQ, distribuídas entre 62 de mestrado, 29 de doutorado, e 20 de pós-doutorado especial.

A Capes financia 14 bolsas para recém-doutores (ProDoc). Segundo informações da coordenadora de Desenvolvimento Institucional da Capes, Íris Santiago Costa, as bolsas de ProDoc, no valor mensal de R$ 3.300,00, terão duração de dois anos, podendo ser renovadas por igual período.

"A taxonomia forma a base para todo e qualquer tipo de estudo relativo às áreas ligadas às ciências da vida: educação, diversidade distribuição, parentesco e evolução dos organismos, inovação tecnológica nas áreas da saúde, agricultura, ambiente e indústria", afirma Cristiano Feldens Schwertner, do programa de pós-graduação em Biologia Animal, do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O zoólogo de 32 anos, mestre em Produção Vegetal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense, doutor em Biologia Animal pela UFRGS, e bolsista da Capes no Protax, diz que estudos taxonômicos são importantes dentro de todos os contextos: seja na divulgação ao público, seja na tomada de decisões de políticas e estratégias de desenvolvimento social e econômico, ou na ampliação e fornecimento de subsídios para o avanço no conhecimento sobre os seres vivos.

Para Schwertner, "só será possível conhecer os seres vivos que nos cercam, organizar o conhecimento sobre eles, e, portanto, realizar ou delinear qualquer outro tipo de estudo em biologia, se existir um número considerável de bons taxonomistas".

Para a bióloga Ana Maria Oliveira Pés, 40 anos, doutora em Entomologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e bolsista do Prodoc-Capes no mesmo instituto, o acelerado desmatamento da Floresta Amazônica para a construção de lavouras e pastagens torna urgente o levantamento taxonômico da biodiversidade.

Ela salienta que "com a destruição de alguns ambientes, incluindo rios e igarapés, a fauna a eles associadas poderá vir a ser extinta sem ao menos ter sido descrita, acarretando perdas inestimáveis".

Ela acredita que o desenvolvimento de estudos taxonômicos, a publicação de novos registros de ocorrência e distribuição, a descoberta e descrição de novos táxons e formas desconhecidas têm impacto positivo para o conhecimento da biodiversidade da Amazônia e aplicação no uso sustentável dessa biodiversidade e dos recursos hídricos.

"Assim, os resultados também subsidiarão programas de conservação dos ecossistemas amazônicos, além de orientar a população ribeirinha na melhoria da qualidade de vida", conclui.

Além da UFRGS e do Inpa, outras oito instituições também participam do Protax, recebendo bolsas da Capes. A instituição com o maior número de contemplados com bolsas ProDoc é a Universidade de São Paulo (USP), com três pesquisadores.


Data: 02/03/2007