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Diploma universitário é vendido por R$ 1.600

Um clique na internet, depois um telefonema e, por R$ 1.600, o interessado consegue diplomas universitários das mais importantes faculdades do país.

O repórter da Rádio Eldorado (FM 92,9 MHz e AM 700 kHz) Wellington Carvalho foi quem revelou o esquema. Ele descobriu uma quadrilha que, até ontem, vendia livremente certificados do ensino superior.

A propaganda do esquema é feita por e-mail. Camargo entrou então em contato com a quadrilha e gravou a negociação.

Em uma conversa de seis minutos, ele conseguiu negociar a compra de um diploma de graduação em Turismo de uma instituição particular de ensino, com promessa de entrega pelo correio na próxima quarta-feira.

A pessoa que o atendeu, que se identificou como Flávio Sampaio, pediu alguns dados e explicou como funciona a transação. "Se você tem urgência, deposita a metade 'pra' mim no banco, que eu te entrego em uma semana."

O valor estipulado é de R$ 1.600, já com desconto. "Não dá para fazer mais barato. Agora é começo de ano e eu estou com menos serviço. Por isso que eu 'tô' te dando esse desconto."

As ofertas não param por aí. Camargo diz que outros cinco colegas dele gostariam de comprar o diploma. Em seguida, Sampaio agradece os novos clientes com a promessa de dar ao repórter 10% de tudo que ele conseguir vender.

Data ao gosto do freguês - Depois do primeiro contato feito com a quadrilha, os criminosos enviam novo e-mail - desta vez, com valores, prazo de entrega e números de contas bancárias. Quem define a data que vai constar no certificado é o próprio comprador.

O atendente esclarece: "Se o diploma for de antes do ano 2000, a gente faz como se fosse 2ª via, até pelo desgaste do papel, né?".

Durante toda a conversa, Sampaio reforça que o diploma não é falso e que é igual ao de qualquer estudante que conclui a graduação. Ele diz ainda que o nome do comprador do certificado vai para o cadastro das faculdades. Perguntado como consegue isso, Sampaio esclarece: "Tenho um pessoal lá dentro. Eu sou do MEC".

O Ministério Público Estadual prometeu ontem abrir inquérito para apurar o caso. O MEC informou que os diplomas são expedidos pelas instituições e que a venda "é crime e deve ser tratado como caso de polícia".


Data: 12/01/2007