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Artista apoiado pela UFCG tem reconhecimento através do Registro Mestre das Artes

João Benedito Marques, popularmente conhecido como Benedito do Rojão, teve seu trabalho reconhecido recentemente através do beneficio “Registro Mestre das Artes”, criado pela Lei Estadual Canhoto da Paraíba, que beneficia artistas de reconhecido valor cujo trabalho tenha contribuído ao longo dos anos para a formação do patrimônio cultural paraibano.

 

A Lei Canhoto da Paraíba garante ao artista contemplado a quantia de dois salários mínimos mensais, até o fim de sua vida. Para ser agraciado com o Registro Mestre das Artes, o requerente tem que ser artista com atuação comprovada de no mínimo 20 anos, paraibano ou brasileiro residente na Paraíba há mais de 20 anos e estar capacitado a transmitir seus conhecimentos ou técnicas a potenciais alunos.

 

O merecimento de Benedito do Rojão veio através de seu trabalho incansável de divulgação da cultura popular nordestina presente em suas músicas e composições. Compositor, violeiro cantador, ritmista e músico regional, Benedito tem 68 anos e é natural do Sítio Juá em Catolé de Boa Vista, distrito de Campina Grande.

 

Ele foi contemporâneo de Jackson do Pandeiro, com quem chegou a compor duas músicas em parceria. Desde muito jovem, aquele que ficaria conhecido como Benedito do Rojão trabalhou na Rádio Borborema, apresentando-se semanalmente nos Programas “Domingo Alegre” e “Cidade se Diverte”, além de ter atuado no Regional de Rosil Cavalcante. Em 1966, apresentou-se no primeiro programa transmitido pelo Canal 9, Televisão Borborema.

 

Afastado da carreira artística pela dura luta pela sobrevivência, Benedito do Rojão continuou a fazer pequenas apresentações e nunca deixou de compor – comprovam as suas inúmeras canções, entre cocos de roda, rojões, xotes, baiões e outros gêneros regionais – mas permaneceu à margem do mercado fonográfico e da mídia por cerca de 35 anos.

 

Lançado em junho de 2003 e reproduzido artesanalmente em pequenas tiragens, o primeiro disco foi divulgado em shows do artista em Campina Grande e adjacências, o que redundou num grande reconhecimento de sua originalidade e capacidade inventiva, culminando com a homenagem ao artista no 16º Forrofest, realizado em 2004, quando Benedito do Rojão foi laureado com o Troféu Asa Branca. Por outro lado, a gravação do disco deu novo alento à criatividade de Benedito do Rojão, levando-o a compor novas canções, como a pungente Sertão e Sofrimento, classificada em 2º lugar no 17º Forrofest, realizado em 2005. Em 2006, mais uma vez o artista é classificado em 2º lugar no Forrofest. Neste mesmo ano Benedito grava seu segundo CD, por meio dos apoios da UFCG, através da Secretaria de Projetos Estratégicos, do Projeto Universidade Camponesa, da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia, do Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido (GPDSA) e, ainda, da Prefeitura Municipal de Campina Grande.

 

Com o intuito de fomentar a produção cultural popular paraibana, o GPDSA, liderado pelo professor Dr. Márcio Caniello, desenvolve iniciativas voltadas a pesquisar essa produção e mobilizar parceiros que se disponham a patrocinar projetos artístico-culturais, visando a geração de renda e a promoção da nossa genuína cultura regional.

 

Segundo Márcio Caniello, produtor executivo dos dois discos gravados por Benedito do Rojão, “o apoio dado pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) demonstra o papel social que a instituição desenvolve para a região, aproximando a academia da cultura popular e das tradições nordestinas”.

 

Benedito do Rojão é a pura expressão de um tempo esquecido pelas novas gerações, reavivado através de suas canções que são uma contribuição para a preservação e continuidade da memória cultural de nossa região.


Data: 28/12/2006