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Ministérios da Educação e da Saúde lançam publicações sobre profissionais de saúde

Capacitar profissionais de saúde capazes de atender às demandas da população brasileira. Esse foi o estímulo de dois estudos realizados em parceria pelos ministérios da Educação (MEC) e da Saúde (MS), divulgados nesta terça-feira, 19, no auditório da Organização Pan-Americana de Saúde, em Brasília.

 

A primeira publicação é resultado de uma pesquisa qualitativa e quantitativa para verificar se os cursos da área de saúde incorporaram as diretrizes curriculares nacionais instituídas pelo MEC. As diretrizes foram propostas a partir de uma consulta feita pelo Conselho Nacional de Educação para estabelecer as necessidades do país e modificar a formação dos profissionais da área de saúde. O secretário de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde, Francisco Eduardo Campos, destacou a iniciativa dos ministérios como uma maneira de traçar novos parâmetros para o Sistema Único de Saúde, o SUS. “A capacitação de pessoal é o principal problema que nós temos para conseguir um sistema de saúde mais eficiente. As diretrizes curriculares são muito avançadas, resta saber se estão sendo cumpridas”, ressaltou.

 

De acordo com o diretor de Estatísticas e Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Dilvo Ristoff, as preocupações com a adesão às diretrizes curriculares nacionais demonstram que o governo trabalha para uma formação de profissionais diferenciados. ”Nós queremos pessoas que estejam preocupadas com o desenvolvimento da técnica e dos métodos e, ao mesmo tempo, com as necessidades sociais da população, com realidades concretas da população brasileira”, destacou. O diretor disse ainda que os novos instrumentos de avaliação dos cursos de graduação colocaram a adequação às diretrizes curriculares nacionais como imprescindíveis para a aprovação e avaliação qualitativa dos cursos.

 

A outra publicação divulgada nesta terça-feira partiu do entendimento de que a saúde não é uma questão pertinente apenas a médicos, enfermeiros e odontólogos. Foram compilados e descritos casos de residência multiprofissional, ou seja, residências realizadas em parceria com profissionais de outras áreas, como nutricionistas, psicólogos e professores de educação física. A residência multiprofissional é uma iniciativa nova e de autoria brasileira. A intenção é utilizar a experiência de áreas paralelas à saúde e encontrar soluções que vão além da medicina e da farmacologia.

 

Para o secretário de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde, “a ciência médica tradicional não tem formas muito ágeis de enfrentar as principais causas de mortalidade da atualidade, como as doenças cardiovasculares, o estresse, o abuso do álcool, os acidentes de trânsito. São questões em que os outros profissionais têm igual ou maior contribuição a dar do que nós, profissionais da saúde”, explicou. A compilação das experiências de residência multiprofissionais geraram uma publicação de 414 páginas.


Data: 19/12/2006