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Evasão entre alunos que integram o Prouni é de 15%

Índice é bem abaixo do de estudantes da rede privada e igual ou menor ao da rede pública; Uma das bandeiras da campanha de reeleição de Lula, programa abre as inscrições para 108 mil bolsas no próximo ano

Cerca de 15% dos estudantes que entraram no Prouni (Programa Universidade para Todos) desde o início de 2005 se afastaram ou deixaram o curso em instituições particulares de ensino superior.

O dado foi divulgado ontem pelo Ministério da Educação, que ressalta ser um percentual igual ou menor se comparado à rede pública e bem abaixo do índice registrado entre alunos pagantes.

O Prouni foi uma das principais bandeiras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na área da educação durante a campanha eleitoral deste ano.

Segundo o ministro Fernando Haddad, os números ainda estão sendo analisados, mas entram no cálculo da evasão desde alunos que abandonaram o curso porque arrumaram um emprego ou se decepcionaram com a escolha até os que adoeceram ou morreram.

"A evasão nunca pode ser comemorada. Mas é um número esperado porque está abaixo dos pagantes e da rede pública."

Cerca de 172 mil estudantes cursam o ensino superior em instituições particulares com bolsas parciais e integrais. Desde 2005, foram oferecidas mais de 202 mil vagas. Em contrapartida, a instituição tem isenção de quatro tributos federais.

A renúncia anual está em torno de R$ 105,6 milhões. Já as filantrópicas têm de oferecer as bolsas para cumprir a "gratuidade" que é exigida delas pela Constituição.

Ontem, o ministério abriu as inscrições para os interessados em uma das 108.025 bolsas parciais e integrais oferecidas para 2007. Pode concorrer quem prestou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e tenha obtido, no mínimo, 45 pontos.

Além disso, o candidato precisa ter cursado o ensino médio na rede pública, e a renda de sua família não pode superar três salários mínimos mensais. Do total de vagas oferecidas, a maior parte está na área que engloba ciências sociais, negócios e direito -52.952 bolsas. Em seguida vem educação, com 20.066 bolsas, e depois saúde e bem-estar social, com 13.074.

Segundo o coordenador do Prouni, Celso Carneiro Ribeiro, a cada processo seletivo do programa diminui a proporção de instituições que fazem prova própria para avaliar o aluno.

Em 2005, no primeiro processo, 63% das instituições usaram avaliação própria. Agora, o índice caiu para 33% das 1.424 instituições que aderiram ao Prouni. "É a confiança no processo seletivo do programa."

O candidato, ao se inscrever, pode ter até cinco opções de cursos e mudá-las até o próximo dia 16, quando termina o prazo. Todos os dias, o ministério fará na internet uma simulação dos resultados por curso para que o aluno possa mudar de opção caso a nota não seja suficiente para classificação.


Data: 30/11/2006