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Produção científica cresce 8 vezes em 25 anos

Nos últimos 25 anos, a produção científica brasileira cresceu 8,3 vezes, informou ontem o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação, Jorge Guimarães. Segundo Guimarães, somente entre 2004 e 2005, o crescimento da produção científica do País foi de quase 20%, o maior em termos mundiais.

 

Entretanto, disse ele, a meta de "assegurar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade suficientes para atender as necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visam ao desenvolvimento econômico e social do País" ainda está distante de ser alcançada no Brasil, sobretudo no aspecto quantitativo.

 

"Passados estes 55 anos, o quadro docente brasileiro não conta com mais de 20% do seu pessoal com nível de doutorado. Também o setor tecnológico clama por pessoal qualificado neste nível", afirmou Guimarães, ao participar de solenidade comemorativa dos 55 anos da Capes, principal agência brasileira de fomento de bolsas de estudos e auxílio à pós-graduação. Atualmente, a Capes é responsável pelo financiamento de 55% das bolsas no Brasil.

 

De acordo com Guimarães, juntas, as duas agências federais - Capes e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) investem quase R$ 1 bilhão por ano na formação de mestres e doutores. Em todo o País, há 130 mil alunos de pós-graduação e, a cada ano, o número de pessoas que ingressam em cursos de mestrado e doutorado chega a 50 mil.

 

Esse número precisa crescer ainda mais, no entendimento do presidente da Capes. "Aqui no Brasil, ainda somos muito poucos. De fato, qualitativamente, crescemos muito, mas quantitativamente ainda temos um desafio muito grande pela frente", ressaltou Guimarães. "É esse contingente que vai subsidiar os avanços de inovação e na área tecnológica", acrescentou.

 

Pós-graduação

 

Para o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Enio Candotti, que também participou da solenidade, um dos principais desafios é melhorar a distribuição geográfica dos cursos de pós-graduação, assim como estimular os mestres e doutores a trabalhar nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

 

"Ainda temos um desequilíbrio muito grande, e o desafio de levar competências para praticamente três quartos do Brasil precisa ser equacionado. O País está caminhando, e eu estou muito esperançoso de que, daqui a cinco anos, possamos colher os frutos das iniciativas que estão sendo tomadas hoje", disse Candotti.

 

Na solenidade, realizada no Palácio do Planalto, o ministro da Educação, Fernando Haddad destacou que a Capes passará a ter mais uma atribuição importante, se o Congresso Nacional aprovar projeto de lei que torna a agência responsável pela qualificação e avaliação de professores do ensino básico.


"Se há caminho para emancipação nacional e desenvolvimento humano e individual, esse caminho passa pela educação e, se passa pela educação, não há como não passar pela figura do professor", afirmou Haddad.


Data: 09/11/2006