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Capes premia melhores teses de doutorado de 2005

Cerimônia de premiação das três melhores acontece nesta quarta-feira. No dia seguinte, os demais vencedores recebem seus prêmios

A Capes/MEC vai premiar na próxima quinta-feira, 9, as melhores teses de doutorado de 2005. Esta é a primeira edição do Prêmio Capes de Teses, iniciativa que contemplará 38 novos doutores de diversas áreas de conhecimento.

A premiação será entregue pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e pelo presidente da Capes, Jorge Guimarães, no centro de convenções do Naoum Plaza Hotel, às 8h30, em Brasília.

Os autores premiados receberão diploma, medalha e bolsa de pós-doutorado nacional de um ano. Aos orientadores das teses premiadas, será oferecido auxílio equivalente a uma participação em congresso nacional, ou igual soma de recursos aplicável no custeio de projeto aprovado pela Capes.

O Prêmio Capes de Teses foi criado em 2005 para eleger as melhores teses de doutorado aprovadas nos cursos reconhecidos pelo Ministério da Educação. Este ano, a entrega do prêmio fará parte das comemorações dos 55 anos da Capes.

A solenidade integra o Seminário Avaliar para Avançar, também comemorativo dos 30 anos da avaliação da pós-graduação. O seminário será realizado nos dias 9 e 10 de novembro.

Nesta primeira edição do prêmio, foram inscritas 228 teses. Foi escolhida uma tese para cada área de conhecimento.

No julgamento dos estudos foram observadas a qualidade do trabalho, a originalidade e a relevância para o desenvolvimento do País. A avaliação dos candidatos envolveu 56 comissões e 198 consultores das mais diversas instituições de ensino superior.

As teses vencedoras do Prêmio Capes de Teses foram automaticamente inscritas no Grande Prêmio Capes de Teses, que avaliou o conjunto das ganhadoras e escolheu as três melhores dentre elas.

Os autores das três melhores teses de doutorado do país serão premiados pela Capes. Os vencedores receberão bolsa de pós-doutorado de um ano no exterior, medalha e diploma.

Os orientadores dos premiados, pesquisadores e estudiosos de notável desempenho, também serão homenageados. Eles receberão auxílio equivalente a uma participação em congresso internacional, ou igual soma de recursos aplicável no custeio de projeto aprovado pela Capes, segundo as normas de seus programas regulares.

Vencedores

O Grande Prêmio Capes de Tese Carl Peter von Dietrich foi para Cláudio Teodoro de Souza, da área de biologia do programa de pós-graduação em clínica médica da Unicamp.

O pesquisador já patenteou uma nova substância que promete mudar o combate da diabetes tipo 2. A ação da proteína PGC-1alfa, identificada pelo cientista, tem papel no controle da produção de insulina pelo pâncreas e na ação da insulina em órgãos como o fígado e tecido adiposo, ao mesmo tempo.

A partir disso foi possível produzir um novo medicamento capaz de atuar simultaneamente na produção e na ação da insulina. Os pacientes, que utilizam hoje duas ou mais medicações, poderão usar apenas uma.

"Os diabéticos utilizam uma série de drogas para o tratamento da doença. Nossos testes demonstraram que essa nova substância é mais barata, por ser desenvolvida no Brasil, e também mais eficaz", ressalta. Cláudio foi orientado pelo professor Lício Augusto Velloso, renomado pesquisador brasileiro.

O químico Cláudio Patrício Ribeiro Júnior, do programa de pós-graduação em engenharia química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criou um sistema capaz de concentrar o suco de laranja sem que o sabor e o aroma sejam prejudicados.

De acordo com o autor, essa diferença produzida pela inovação no processo aponta para enormes ganhos para a economia, já que o Brasil é o maior exportador de suco de laranja do mundo. A pesquisa lhe rendeu o Grande Prêmio Capes de Tese César Lattes na área de exatas.

"Nós já entramos com o pedido de patente para o processo", anunciou. "Com o novo método aplicado e com um produto de maior qualidade teremos um diferencial para o suco brasileiro e depois podemos adequar o método a outras frutas tropicais", antecipou o cientista, que teve sua tese orientada pelo pesquisador Paulo Laranjeira da Cunha Lage.

O Grande Prêmio Capes de Tese Florestan Fernandes lançou novos olhares para a relação entre história e arte. A partir do quadro Tiradentes esquartejado, de Pedro Américo, de 1893, pertencente ao acervo do Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora (MG), a historiadora Maraliz de Castro Vieira, da Unicamp, escreveu a tese premiada como melhor do ano na área de ciências humanas.

Maraliz, orientada pelo professor Jorge Coli, do programa de pós-graduação em história da Unicamp, estudou a representação que se faz de um fato histórico a partir da arte. Baseada na obra de Pedro Américo, ela levantou questões como a função histórica da arte e a semelhança entre artistas e historiadores.

"A partir do momento em que o artista pesquisa um fato histórico e o interpreta, ele é um historiador", avalia a acadêmica. "A tela afirma, discute ou subverte a imagem do herói?", indaga. "Acredito que a minha tese contribua para um debate mais rico sobre a arte no Brasil e também sobre novas maneiras de fazer história", garante a acadêmica.


Data: 07/11/2006