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Mata Atlântica do NE é rica em biodiversidade

Levantamento feito pela UFPE mostra que floresta guarda dois terços de todas as espécies de aves e 8% das plantas conhecidas. Dados constam de publicação do Ministério do Meio Ambiente.

A Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco equivale a pouco mais de 4% da cobertura original dessa floresta no país, mas guarda dois terços de todas as espécies de aves e 8% das plantas conhecidas para o ecossistema. Os dados, baseados em estudos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), constam de publicação do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Ao todo, revela o relatório, o trecho ao norte de Alagoas, possui 1.594 espécies de seres vivos distribuídos em 14 grupos.

A pesquisa aponta que essa floresta ocupa 76.938 quilômetros quadrados. O levantamento da biodiversidade da Mata Atlântica do Nordeste levou em conta a floresta costeira e também os brejos de altitude, ilhas de vegetação úmida no Semi-Árido brasileiro. O inventário, que consumiu mais de dois anos e envolveu 55 pesquisadores, foi realizado em três das 24 áreas identificadas como de extrema importância biológica pelo MMA nesse setor da Mata Atlântica.

A equipe fez o levantamento em Serra Grande, entre Alagoas e Pernambuco, Gurjaú, no Grande Recife, e Frei Caneca, na Mata Sul de Pernambuco. O maior fragmento (Coimbra, com 3.500 hectares) e o menor (Bom Jesus, com 10 hectares) estudados estão em Serra Grande.

Ess
as florestas integram o chamado Centro de Endemismo Pernambuco, trecho da Mata Atlântica nordestina com alta ocorrência de espécies exclusivas. O centro, hoje reduzido a 5,6% da vegetação original, é integrado por Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Um dos coordenadores do trabalho, o ecólogo da UFPE Marcelo Tabarelli, aponta o desmatamento, a caça e o processo de fragmentação como as principais ameaças às espécies da área, com 3.197 quilômetros quadrados. Os cientistas compararam ainda a diversidade biológica com dados sobre clima, altitude e solo. No geral, as florestas que ocuparam áreas acima de 400 metros são as que guardam maior biodiversidade.


Data: 03/11/2006