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Talento para a pesquisa acadêmica

Nos últimos cinco anos, a produção científica brasileira cresceu 49%. Somente de 2004 a 2005 o aumento foi de 19%

 

Sair da faculdade pode ser o sonho da maioria dos estudantes de ensino superior, mas é esticando a permanência na universidade que alguns alunos trilham sua carreira profissional. Os anos de graduação são apenas o começo para quem pretende trabalhar com pesquisa acadêmica: é a pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) que habilita o aluno a se tornar pesquisador. E apesar de extensa e exigir maior dedicação, essa área tem atraído cada vez mais interessados. De acordo com levantamento da Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), nos últimos cinco anos, a produção científica brasileira cresceu 49%. Entre 2004 e 2005 o aumento foi de 19%. Um dos fatores que impulsionam esse crescimento é o aumento de estudos em áreas como medicina e química. Antes, a física era o ramo que mais contribuía para a produção de teses e trabalhos.

 

Está mudando também o perfil dos pesquisadores, que optam pela carreira cada vez mais cedo, ainda na graduação. É o caso da estudante Íris Tebeká, 20 anos, matriculada no quinto período de química (bacharelado) na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). "Desde cedo tenho interesse pelos métodos científicos. Já entrei no curso com intenção de ser pesquisadora", diz. Já no primeiro ano da faculdade a universitária ingressou num projeto de iniciação científica em química medicinal, a área em que pretende fazer doutorado.

 

O engenheiro eletricista Jairo Amaral, 26, é outro que aposta na carreira de pesquisador. Começou este ano um mestrado em mecânica espacial e controle, no Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), e deve fazer doutorado em seguida. O curso habilita o estudante para o trabalho de criação de estruturas de naves ou satélites, programação de equipamentos espaciais e outras funções. "Se existe algo em que gosto de trabalhar é isso", afirma Jairo. Os que decidem pelo caminho da pesquisa têm opções tanto no setor público como no privado. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é um bom exemplo: tem mais de dois mil pesquisadores (54% de doutores e 42% de mestres) e os salários iniciais giram em torno de R$ 2,6 mil. Outra opção de trabalho é o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que realiza projetos de pesquisa em diversas áreas.Já na iniciativa privada as remunerações costumam ser mais atrativas, e em alguns casos o piso inicial pode ser de até R$ 7 mil, dependendo do grau de qualificação do pesquisador. Outra possibilidade é o cientista se tornar empresário para capitalizar seus conhecimentos.


Data: 05/10/2006