topo_cabecalho
População destrói sítios arqueológicos no Piauí

Pinturas rupestres que estão entre as mais antigas já datadas no Brasil, de 12 mil a 3,5 mil anos, são destruídas propositalmente pela população pobre de São Raimundo Nonato (PI).

Localizadas no entorno do Parque Nacional da Serra da Capivara, elas são cobertas pela fuligem de pneus queimados embaixo para driblar a fiscalização do Ibama e evitar que novas áreas sejam protegidas - o que dificultaria a caça de tatus e outros animais da caatinga, carnes apreciadas na região.

Não é possível limpar os desenhos - a ação os danifica de forma irremediável.

O parque foi tombado pela Unesco em 1991 como Patrimônio Cultural da Humanidade e protege desenhos importantes para explicar o povoamento humano da América do Sul.

Até agora foram registrados mais de 900 sítios, entre os quais cerca de 650 apresentam pinturas rupestres. Mas sua criação em 1979 desagradou proprietários de terra e moradores de toda a área.

Até hoje há desapropriações em andamento e tentativas de caça e desmatamento dentro do parque e ao seu redor.

Ainda que o parque proteja boa parte dos desenhos, há sítios espalhados por outros pontos do Estado, inclusive entre a Serra da Capivara e o Parque Nacional Serra das Confusões.

Um corredor ecológico entre eles, que também ajudaria a preservar o patrimônio arqueológico, ainda está em discussão.


Data: 27/09/2006