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Efeito estufa prejudica o turismo, diz relatório

Mudanças acontecerão em pouco mais de 10 anos

Alguns dos principais sítios turísticos do mundo podem ser destruídos num futuro próximo pelo aquecimento global, afirmou um relatório divulgado ontem avaliando os perigos da mudança do clima sobre o turismo de massas.

O relatório, intitulado "Futuro das Viagens no Mundo", afirma que em 2020 as características naturais de algumas maravilhas do mundo serão danificadas, enquanto outros ficarão superlotados.

Em pouco mais de uma década, o aquecimento projetado acabará com as praias de Goa (Índia) e levará a furacões mais intensos sobre os Everglades (EUA), enquanto uma horda de esquiadores invadirá o antes remoto reino do Nepal em busca de neve, que será escassa nos Alpes e em montanhas baixas.

Em particular, o relatório alerta que a mudança climática esquentará muitas das cidades turísticas do Mediterrâneo, como Atenas -cujas temperaturas subirão facilmente aos 40C, causando noites "insuportavelmente" quentes.

A Toscana e a costa Amalfi, na Itália, sofrerão mais ondas de calor (o efeito é previsto para grande parte da Europa e América do Norte), com um número maior de dias secos e maior risco de incêndios.

O relatório foi feito pela empresa de seguros britânica Churchill Insurance, com ajuda do Centro para Estudos Futuros. Ele diz que o crescimento do turismo de massas fará com que destinos populares fiquem cheios a ponto de os turistas atrapalharem uns aos outros -e a visitação precisar sofrer um limite.

Um dos principais climatologistas do Reino Unido, David Viner, da Universidade de East Anglia, disse concordar que a mudança climática venha a ter um impacto profundo no turismo nas próximas décadas.

Viner publicou em agosto um estudo sobre o impacto da mudança climática sobre a indústria do turismo. "Nos verões de 2080, os turistas alemães e britânicos encontrarão condições climáticas melhores nos próprios países que no Mediterrâneo", diz a pesquisa.


Data: 22/09/2006