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Um verme, vários hospedeiros

Pesquisador da Embrapa identifica a presença do verme estefanofilária em seres humanos. Até hoje, o microrganismo havia sido associado apenas a úlceras encontradas na pele de bovinos e eqüinos

Uma associação importante sobre a ocorrência de um verme do mesmo gênero em hospedeiros diferentes, inclusive em humanos, foi feita por pesquisadores da Embrapa Instrumentação Agropecuária, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em parceria com o Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), ambos em São Carlos (SP).

O coordenador do estudo, Antonio Pereira de Novaes, da Embrapa, estuda desde 1976 a ocorrência do verme microscópico estefanofilária (Stephanofilaria spp) em feridas crônicas de animais domésticos e silvestres.

"Desde aquela época essa parasitose é conhecida por provocar feridas de vários tamanhos e que demoram muito tempo para cicatrizar, especialmente em bovinos e eqüinos", disse Novaes à Agência Fapesp.

Três décadas depois, em 2005, Novaes percebeu indícios da presença do verme em humanos a partir de biópsias em feridas de pacientes com úlcera varicosa, ferida na pele provocada por algumas doenças.

Com o auxílio de técnicos do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica do IFSC, que estudavam um tratamento experimental à base de laser para as lesões, Novaes coletou amostras do material biológico presente nas feridas de sete pacientes.

"Todas as amostras estavam com o parasita estefanofilária, que apresentou características idênticas nos dois hospedeiros. A única diferença é que, apesar de serem do mesmo gênero, em humanos esse verme é infinitamente menor do que o encontrado nos animais", conta o pesquisador da Embrapa.

Após identificar a presença do parasita em seres humanos, um levantamento bibliográfico foi realizado em publicações científicas nacionais e internacionais. Segundo Novaes, até o momento não foi encontrada citação da ocorrência do verme no homem.


Data: 21/09/2006