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Colegas de Hwang se defendem em processo

Hwang recebeu US$ 2,1 milhões para conduzir os estudos com resultados falsificados

Começou ontem a defesa formal do cientista sul-coreano Hwang Woo-suk, acusado no fim do ano passado de fraudar pesquisas sobre clonagem de células-tronco embrionárias, e de outros colegas de sua equipe.

Eles teriam empregado evidências forjadas para dar credibilidade às pesquisas e arrecadar fundos para o estudo.

Hwang recebeu US$ 2,1 milhões para conduzir os estudos com resultados falsificados.

Se confirmada a fraude, ele será condenado a três anos de prisão.

Outros cinco cientistas foram acusados de fraudes similares durante o julgamento.

Um deles, Kim Sun-jong, declarou-se culpado. Kim é especialista em cultivo de embriões e alega ter levado células-tronco comuns - criadas a partir de óvulos fertilizados, não de embriões clonados - ao laboratório de Hwang.

O pesquisador disse que Hwang nunca tinha questionado a óbvia diferença entre células-tronco embrionárias e as que foram cultivadas no laboratório do cientista.

Se Hwang tivesse detectado o crime mais cedo, ele não teria ousado trocar várias células-tronco, afirmou Kim.

O testemunho parece sustentar a repetida alegação de Hwang, desde o início do escândalo no ano passado, de que foi vítima de subordinados que o enganaram.

Os resultados de seus estudos foram divulgados mundialmente em 2004 e em 2005, tendo sido aclamados como 'uma possibilidade de tratamento de pacientes com doenças incuráveis'.

Kang Sung-keun, outro pesquisador do grupo de Hwang, também julgado, disse que detectou a farsa antes de os estudos serem publicados, mas foi incapaz de questionar seu chefe.

'Eu me arrependo profundamente e lamento meu erro como cientista', disse Kang.

Hwang chegou a admitir que deu ordens à sua equipe para falsificar dados com o objetivo de chamar a atenção para a clonagem de células-tronco. No entanto, disse continuar acreditando que a essência da pesquisa era válida.

Ele foi demitido do cargo de professor da Universidade Nacional de Seul em março deste ano. Mas voltou a trabalhar em um novo laboratório, onde estuda células-tronco de animais.

Hwang está proibido de fazer experimentos com embriões humanos. Seus advogados vão se pronunciar em outubro, com a continuidade do julgamento.


Data: 20/09/2006