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Ceará terá escola técnica em energia alternativas

A fabricante alemã de aerogeradores Fuhrländer confirma participação na criação de uma escola técnica voltada para estudos de energias alternativas, em conjunto com o Cenea

O Ceará terá uma escola técnica para estudos de geração de energias alternativas e de informática a partir de 2007.

O anúncio foi feito ontem pelo secretário de C&T e presidente do Centro de Energia Alternativa (Cenea), Hélio Guedes de Campos Barros, na abertura da 3ª edição do Fórum e Exposição das Energias Alternativas do Brasil (Power Future 2006).

Ele afirmou que os acordos estão sendo finalizados e, sem citar nomes, disse que já conta com a participação confirmada de uma empresa do setor de energia eólica no projeto.

A empresa em questão é a alemã Fuhrländer, fabricante de aerogeradores que está montando um parque industrial no Porto do Pecém com previsão de começar a produzir equipamentos no segundo semestre do próximo ano.

O diretor comercial da Fuhrländer, Nuno Sá, explica que a escola técnica será montada junto a um centro de treinamento da empresa, ocupando cerca de sete hectares o total de 60 hectares da fábrica.

"A escola terá capacidade para atender 250 jovens, na primeira fase, e 500, na segunda", acrescenta.

O investimento na fábrica será de seis milhões de euros, parte vinda de recursos próprios e parte financiada por bancos oficiais brasileiros através do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa).

"Vamos atender o Proinfa para que todas as entidades e empresas envolvidas possam cumprir seus compromissos", completa o diretor comercial, ressaltando que a empresa não participa e não tem interesse em qualquer projeto de geração de energia. "Somos apenas fabricantes de aerogeradores".

A construção da nova fábrica atende a uma queixa de Armando de Almeida Ferreira, diretor presidente da SIIF Énergies, empresa que reúne o maior volume de investimentos em usinas eólicas através do Proinfa, totalizando R$ 1,2 bilhão para sete unidades. Armando reclama da existência de um único fabricante de aerogeradores no Estado, a Wobben, que fornece e controla as usinas eólicas de Mucuripe, Taíba e Prainha.

"A falta de fabricantes no mercado gera problemas como as barreiras alfandegárias para importar equipamentos, que oneram os investimentos e dificultam o cumprimento de prazos. Sabe porque outros fabricantes não vêm para o Brasil? Por que falta perspectiva de médio e longo prazos", acentua.

Armando confirmou para outubro, após as eleições, o início das construção das sete usinas eólicas, das quais seis no Ceará e uma no Rio de Janeiro. As unidades cearenses serão construídas em Canoa Quebrada, Lagoa do Mato, Paracuru, Icaraizinho, Foz do Rio Choró e Praia Formosa para gerar o equivalente a 220,73 megawatts. Os investimentos de R$ 880 milhões, sendo R$ 300 milhões da própria SIIF Énergies e R$ 700 milhões financiados.

"No fim de junho do próximo ano as usinas de Canoa Quebrada e de Lagoa do Mato ficam prontas, começando a operar em julho", conclui.


Data: 19/09/2006