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Na área médica, formado segue no setor

Enfermagem, medicina e odontologia são as formações que apresentam maior correlação entre profissão e curso universitário. Já geografia, ciências econômicas, biologia e estatística são os cursos em que menos graduados permanecem na área. Dentre as áreas que apresentam maior correlação entre a profissão atual e o curso universitário, a médica se destaca. Nela, os índices de correspondência entre estudo e trabalho chegam a 84% em enfermagem, a 75,1% em medicina e a 71,3% em odontologia. O mesmo não acontece em geografia (apenas 1% atua na área depois de se formar), ciências econômicas (9,1%) e biologia (9,8%).

 

Algumas formações tradicionais também têm baixa relação curso-trabalho, como administração (46,4% seguem no setor), engenharia (33,1%) ou comunicação social (27,7%). Analisando caso a caso de acordo com a classificação feita pelo IBGE para identificar as profissões pelo Censo, os pesquisadores perceberam, por exemplo, que o número de formados em administração que trabalham como vendedores de loja é quase igual ao de administradores de empresas.

 

Há também um número superior de formados em engenharia que hoje são dirigentes de empresas em comparação com os que atuam como engenheiros mecânicos. E há mais gerentes de apoio e de produção formados em comunicação do que jornalistas em redações com o mesmo curso.

 

Embora concordem que é comum pessoas formadas em suas áreas procurarem outros caminhos, representantes de entidades profissionais defendem a regulamentação por acreditarem que é uma forma de garantir mais qualidade e direitos trabalhistas.

 

O presidente do Conselho Federal de Administração, Rui Otávio de Andrade, diz que a área de atuação do administrador é muito ampla.

 

"Administração é uma área multidisciplinar e multiprofissional. Muitos se formam e vão trabalhar com turismo ou em hospitais, por exemplo."

 

Ele defende a regulamentação da profissão que representa com base no argumento de que empresas podem falir e empregos serem perdidos por causa de má gestão. "Essa não é uma defesa corporativa, mas da sociedade", diz.

 

Falta de vagas


Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, afirma que muitos alunos já entram em faculdades de jornalismo com uma situação profissional definida. Ele, no entanto, pondera: "Sabemos também que o mercado não tem aberto novos postos de trabalho para todos os formados."

 

Roberto Busato, presidente nacional da OAB, diz que o curso de direito habilita o formado a exercer diversas profissões. Ele aponta também o baixo crescimento da economia e o boom de cursos de direito com má qualidade no país como razões que levam muitos advogados que não passam em concursos e exames da ordem a procurar outras áreas.


Data: 12/09/2006