topo_cabecalho
Monitoramento da floresta ainda é "muito genérico", afirma pesquisador

Os dados do novo sistema deverão vir acompanhados de um boletim que analisa mensalmente as tendências para uma determinada região

Apesar de toda a tecnologia de sensoriamento remoto usada hoje para observar a Amazônia, o conhecimento existente sobre a dinâmica da destruição ainda é grosseiro. A avaliação é de Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon.

"Estamos trabalhando com o desmatamento de forma ainda muito genérica", afirma.

Ele cita como exemplo um estudo publicado na semana passada por um grupo da Universidade de Maryland (EUA), que usou imagens de satélite para estabelecer, pela primeira vez, o total de área de floresta convertida diretamente para soja em Mato Grosso.

"Poucos
trabalhos têm esse tipo de informação no detalhe", disse.

Veríssimo diz esperar que o SAD possa contribuir para preencher essa lacuna de conhecimento -ou, como ele diz, fazer uma "varredura de inteligência" sobre tudo o que acontece na floresta.

Inclusive concorrendo com o Deter, "primo" governamental do SAD."É uma competição saudável, porque um sistema acaba vigiando o outro", continuou.

E também para aumentar a transparência na divulgação dos dados. "Todo mês a gente vai ter um número, que o Inpe não calcula nesse intervalo.

Queremos transferir essas informações para os órgãos ambientais estaduais, para aumentar a "responsabilização" pelo desmatamento ilegal", afirma Veríssimo.

Os dados do novo sistema deverão vir acompanhados de um boletim que analisa mensalmente as tendências para uma determinada região.

Na sua estréia, o SAD produziu um mapa com os municípios mato-grossenses onde a pressão sobre a floresta é maior.

"Essas regiões, que ainda têm bastante floresta devem ser prioritárias para a criação de unidades de conservação", diz o pesquisador.


Data: 11/09/2006