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Espécie de roedor brasileiro está se dividindo em duas

Habitante da mata atlântica e cerrado, o roedor se estende do Sudeste até o Nordeste

Geneticistas da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) estão construindo um retrato de um instante muito difícil de observar na evolução: a origem de uma nova espécie.

Estudando a composição genética do rato selvagem Akodon cursor, os pesquisadores reuniram dados que levam a crer que a espécie está se dividindo.

Habitante da mata atlântica e cerrado, o roedor se estende do Sudeste até o Nordeste.

Em todo o território nacional, o A. cursor que se vê é o mesmo, a não ser por um detalhe: o número de cromossomos, as estruturas que abrigam o DNA.

Existem indivíduos da espécie com 14, 15 e 16 cromossomos.

O de 15 cromossomos é uma forma híbrida do cruzamento entre animais com 14 e 16 cromossomos. Todos são capazes de cruzar com todos os outros e produzir descendentes férteis.

Apesar de as três variedades do roedor existirem em todos os locais, a com 16 cromossomos está proliferando mais na costa do Nordeste, enquanto a com 14 é mais numerosa na do Sudeste.

Mas ainda não se sabe exatamente por que. "É como se o animal com 16 cromossomos preferisse um ambiente mais quente, chuvoso e com estações mais bem definidas", diz Fagundes.

"No futuro, acreditamos que o que deve acontecer é uma separação entre espécies".

Os cientistas querem agora saber por que isso está ocorrendo. Ao que tudo indica, a versão com 16 cromossomos era a única que existia, mas em algum momento um A. cursor sofreu uma alteração para 15 cromossomos e proliferou.

A versão com 14 nasceu naturalmente como parte da prole dele.


Data: 05/09/2006