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Nordeste mostra qualidade do ensino público superior

O maior número de instituições públicas de ensino é a principal razão para que a região Nordeste tenha tido um dos melhores desempenhos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o Enade 2005. "Os resultados demonstram a qualidade do ensino público brasileiro", afirma o secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação, Nélson Maculan.


Os dados do Enade 2005, obtidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), mostraram que o Nordeste - somente atrás da região Sul - concentra o maior número de instituições de ensino superior com conceitos avaliados como altos, numa escala de um a cinco. Na avaliação do exame, o Nordeste atingiu percentual de 29,8% de cursos com conceitos quatro e cinco e a região Sul, 29,9%. Os estados do Sudeste estão na terceira colocação, com 27,6%. O Centro-Oeste obteve o percentual de 17,8% e a região Norte, 17,5%.


Qualidade de ensino - Para Nélson Maculan, "o Nordeste está dando a  a devida atenção à formação dos seus alunos e à qualificação dos seus docentes". Segundo o secretário, o Nordeste está criando bases concretas de formação de professores e investindo na pesquisa acadêmica. Para auxiliar neste processo, o MEC tem feito investimentos maiores nas regiões Norte e Nordeste. Estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, explica Maculan, têm uma vantagem histórica, já que as universidades públicas estão instaladas em seus territórios há muito tempo.


Outra razão, aponta Maculan, é que no Nordeste há pólos universitários que estão sendo criados. É o caso da Universidade do Recôncavo Baiano, destinada a ser uma instituição com diversos campi no estado. E também de Pernambuco, que saiu na frente, com os seus cursos ministrados em pólos associados à Universidade Federal Rural e à Universidade Federal do estado.


Investimento - Na avaliação do presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Paulo Speller, os números positivos alcançados pelo Nordeste no Enade mostram resultados concretos de uma política de investimento nas universidades brasileiras - em particular na região.


De acordo com Speeler, há um esforço muito grande dos gestores das universidades para fiscalizar a administração das instituições de ensino, otimizar os recursos e buscar soluções inovadoras e originais para problemas antigos, como por exemplo, melhor aproveitamento das vagas ociosas.


Na opinião do vice-reitor da Universidade Federal de Alagoas, Eurico de Barros Lobo Filho, o Nordeste recebeu muitas melhorias na infra-estrutura das suas universidades, recursos humanos, implementação de bibliotecas, oficinas, salas de aula e na preparação do ambiente acadêmico para o aprendizado. "Há um engajamento da docência, que busca maior captação de recursos por meio de projetos de pesquisa. A convergência de todos esses fatores resultou em ensino de boa qualidade", finaliza.


Data: 01/09/2006