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Bioquerosene: Tecbio fecha contrato com a Nasa e a Boeing

Documento assinado entre a cearense Tecbio, a Nasa e a Boeing prevê o desenvolvimento de pesquisas para mistura de bioquerosene ao combustível das aeronaves

A adição de bioquerosene ao querosene de aviação é uma realidade mais próxima. Foi assinada recentemente uma carta de intenções entre a Tecbio, empresa cearense fornecedora de equipamentos para a implantação de usinas de biodiesel, a Agência Espacial Norte-americana (em inglês, Nasa) e a fabricante de aviões Boeing para o desenvolvimento da tecnologia necessária para viabilizar a mistura.

Segundo Expedito Parente, presidente da Tecbio, um acordo de confidencialidade impede que sejam divulgados detalhes do protocolo, inclusive valores de investimento. Mas ele conta que a Tecbio irá utilizar seu know how na fabricação de biodisel para desenvolver o bioquerosene, substância que guarda semelhanças com a primeira.

"Vamos entrar com nosso conhecimento e com o fornecimento das amostras para testes. Nossos parceiros entram com o conhecimento da tecnologia do consumo", explica.

Expedito informa que ainda não tem definição de que tipo de leguminosa irá ser utilizada para a produção do insumo e diz que isso deverá ser definido ao longo das pesquisas.

Visto como um dos pioneiros e dos mais respeitados especialistas em biodiesel no país, ele participou de pesquisas no início da década de 80 voltadas para o uso de energias alternativas na aviação. Naquela época, foi realizado o primeiro vôo com sucesso utilizando bioquerosene.

"Com esse protocolo as pesquisas foram retomadas, mas agora o cenário é outro, os aviões estão mais modernos, com novas turbinas e outros equipamentos e temos que considerar isso", observa.

Embora não arrisque dizer quanto tempo pode levar o desenvolvimento das pesquisas, Expedito espera que seja "o mais cedo possível". Ele ressalta que a homologação do bioquerosene na aviação comercial é outro passo importante e acha que o Brasil tem boas chances de ser um dos primeiros na experiência.

"Uma vez homologado, não se sabe como será o comportamento do mercado. Pode até ser que a utilização comece pelos Estados Unidos, porque eles são muito ágeis, mas por outro lado, há um interesse muito grande do Governo brasileiro no biocombustível. Isso é um fator a favor do Brasil", observa.

Entre outros clientes, a Tecbio fornece plantas de usinas de biodiesel para a Brasil Ecodiesel, responsável atualmente pelo fornecimento de 72% do biodiesel comprado pela Petrobras nos leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Hoje apenas uma usina, localizada em Floriano, no Piauí, encontra-se em funcionamento. Até abril de 2007, mais cinco usinas de biodiesel serão entregues pela Tecbio à Brasil Ecodiesel. Cada uma terá capacidade de produzir 100 milhões litros de combustível por ano.


Data: 31/08/2006