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Irã diz que nunca renunciará à energia nuclear pacífica

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou nesta quinta-feira que seu país "não renunciará jamais à energia nuclear pacífica", dia em que expira o prazo dado pelo Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas para a suspensão das atividades de enriquecimento de urânio

Este processo pode tanto produzir combustível para usinas de energia quanto material bélico.

"Todos devem saber que o povo iraniano não cederá em nada à intimidação e não aceitará ser privado de seus direitos", disse Ahmadinejad em Orumiyeh, na Província de Azerbajão-Oeste. "O Irã nunca violou os direitos de outras nações em toda a sua história", acrescentou.

Até agora, todos os sinais do governo iraniano indicam que o país não interromperá suas atividades nucleares, nem em troca de ajuda internacional para a produção de energia. Teerã afirma que seu programa nuclear tem apenas fins pacíficos, e se nega a interrompê-los. Os EUA acusam o Irã de usar seu programa para desenvolver uma bomba atômica.

Nesta quinta-feira, A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) deve confirmar que o Irã continua com suas atividades ligadas ao enriquecimento de urânio, mesmo que em quantidades baixas, contrariando assim as exigências do CS da ONU.

Dirigentes iranianos repetiram nos últimos dias que não pretendem renunciar ao enriquecimento de urânio, já que alegam ter o direito de obter energia nuclear no futuro por meio de suas pesquisas.

A declaração de Ahmadinejad --feita hoje durante um discurso público, que também foi transmitido por TV-- sinaliza mais uma vez que a ONU terá de enfrentar nova negativa do país em acatar o prazo-limite para a interrupção das atividades nucleares iranianas.

Há um mês, o CS da ONU deu 30 dias de prazo para que o Irã respondesse a um pedido formal de interrupção de enriquecimento de urânio, sujeito a punições. Apesar disso, declarações feitas nesta terça-feira por Emyr Jones Parry, embaixador britânico na ONU, demonstram que o conselho deve descartar sanções imediatas contra o país.

O chefe da AIEA, Mohamed El Baradei, deve hoje ao CS um relatório no qual explicará se o Irã cumpriu ou não com as exigências contidas na resolução 1.696, adotada pela ONU em 31 de julho.

Caso contrário, o CS pode adotar medidas apropriadas em virtude do artigo 41 da Carta das Nações Unidas, que "não implica o uso de forças armadas".

Este mecanismo não é automático, pois a pressão exercida por China e Rússia [principal parceiro comercial do Irã] torna necessária sua adoção unânime pelo conselho --composto por cinco membros permanentes com direito a Veto [EUA, Reino Unido, Rússia, França e China].


Data: 31/08/2006