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Ipen inaugura laboratórios de células a combustível e hidrogênio

As novas instalações do Programa de Células a Combustível e Hidrogênio (Procel) do Ipen serão inauguradas no próximo dia 1º de setembro, às 10:30h, como parte das comemorações pelos 50 anos de fundação do instituto

O ministro da C&T, Sergio Rezende, a Secretária Estadual de C&T, Maria Helena Guimarães de Castro, e outras autoridades estarão presentes à inauguração, que encerra o Primeiro Encontro Brasileiro de Energia do Hidrogênio, evento reunindo especialistas do país e do exterior, de 28 de agosto a 1º de setembro, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Em termos econômicos e ambientais, o tema células a combustível ganha importância cada vez maior. Trata-se de uma alternativa de geração energética eficiente e não poluente. Nas células a combustível, reações eletroquímicas geram eletricidade a partir do hidrogênio, obtendo-se como subproduto o vapor de água.

O hidrogênio pode ser obtido, por exemplo, do gás natural ou do etanol. A tecnologia pode ser empregada para o fornecimento de energia elétrica para residências e empresas ou para ser utilizada em veículos e outras fontes móveis, além de aplicações portáteis como laptops e celulares.

Em 1998, o Ipen iniciou os estudos e investiu na formação de recursos humanos na área e, a partir de 2000, deu início à linha de pesquisa, criando o Procel em 2004. "Em menos de seis anos somos uma das instituições líderes do país nesse tema, graças às parcerias e recursos dos órgãos de fomento e do MCT", afirma Marcelo Linardi, coordenador do programa.

No Ipen, os pesquisadores vão instalar uma célula de 50 quilowatts, visando o desenvolvimento de um protótipo pré-industrial, voltado à geração de energia para residências ou edifícios comerciais. Esse protótipo servirá como demonstração da tecnologia, que permite geração de energia descentralizada, com confiabilidade a partir do desenvolvimento da indústria nacional.

Em um dos laboratórios a serem inaugurados (laboratório de reforma), será fabricado, em conjunto com o INT e o Cepel (Eletrobrás) um reformador de etanol para alimentar uma célula de cinco quilowatts, outro protótipo a ser desenvolvido.

Os laboratórios também estarão equipados com dois eletrolisadores, que produzirão hidrogênio para abastecer os laboratórios do programa. Linardi estima que em três anos estarão em operação vários desenvolvimentos tecnológicos no Ipen.

Quando se discute mundialmente o desenvolvimento sustentável e o petróleo atinge custos elevados no mercado internacional, a economia do hidrogênio apresenta-se como um tema promissor. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica mostram que, em 2000, 17 milhões de habitantes não tinham acesso à energia elétrica no país. O índice de eletrificação da zona rural era de 57%.

O Brasil pode se tornar um grande produtor mundial de hidrogênio a partir de fontes renováveis, considerando as possibilidades com a biomassa (toda a matéria orgânica animal ou vegetal que pode ser aproveitada como fonte de energia), o biogás (obtido a partir de resíduos agrícolas e excrementos) e o etanol, fonte mais promissora na produção do chamado bio-hidrogênio.


Data: 29/08/2006