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Inpe coloca tecnologias de observação da Terra a serviço da Saúde Pública

A saúde pública é uma das áreas que tem se beneficiado das tecnologias para observação da Terra, como o sensoriamento remoto por satélites

O 11º Congresso Mundial de Saúde Pública e o 8º Congresso Brasileiro de Saúde Pública, de 21 a 25 de agosto no RJ, incluíram um painel para discutir como os dados coletados por satélites podem se transformar em informação vital para a sociedade.

Coordenado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), EUA, o painel contou com a participação de Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No painel "A perspectiva Geoss: os dados certos, no momento certo, para tomar as decisões certas", Câmara falou das iniciativas do Group on Earth Observations (GEO), que lidera um trabalho global para a montagem de um Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra (Geoss - Global Earth Observation System of Systems) nos próximos dez anos.

O GEO envolve 64 países, a Comissão Européia e 43 organizações internacionais, e defende que a avaliação da situação da Terra requer a observação contínua e coordenada de nosso planeta em todas as escalas.

O Geoss trabalhará com sistemas nacionais, regionais e internacionais, além de utilizá-los como base para fornecer observações abrangentes e coordenadas da Terra provenientes de milhares de instrumentos em todo o mundo.

É neste contexto que entra a saúde pública, pois a melhor compreensão de fatores ambientais é decisiva para a implantação e sucesso de políticas públicas para o setor.

A incidência da malária, por exemplo, cresce dramaticamente durante eventos extremos do tempo, assim como as epidemias que ocorrem em regiões da América do Sul, África e Ásia.

Além da saúde pública, o Geoss será importante para o estudo de tempo e clima, prevenção de desastres naturais, com especial benefício aos setores de energia e agricultura.

"O Geoss servirá para 'examinar' o planeta, contribuindo para a sua compreensão científica. O objetivo é colocar o Geoss para trabalhar em benefício de todos os povos", diz o vice-almirante Conrad C. Lautenbacher, secretário da NOAA.

O Brasil tem papel relevante no contexto do GEO, considerando que seu programa espacial apresenta forte componente de observação da terra.

"Temos um programa que inclui sensoriamento remoto e estudos climáticos, com capacidade científica e tecnológica própria na construção de software para estações de recepção, tratamento de dados e para desenvolvimento de modelos meteorológicos, hidrológicos, e de mudanças de uso da terra", destaca Câmara.

O Brasil é membro do conselho executivo do GEO, composto de 13 países, e está responsável pela área de "Capacity Building".

"Esta atribuição de responsabilidade é um reconhecimento ao trabalho do Brasil na formação nacional e internacional de especialistas em sensoriamento remoto, e também em sua liderança na tecnologia de software livre para sensoriamento remoto e geoinformação", conclui o diretor do Inpe.


Data: 28/08/2006