Proposta inclui Cefet-CE e federalização dos Centec, que somam 10 mil alunos, além de 40 CVTs

O Ceará se mobiliza para vir a sediar uma Universidade Federal Tecnológica. A discussão da idéia, que vem sendo liderada pelo deputado federal Ariosto Holanda (PSB) e pelo diretor geral do Cefet-CE, Cláudio Ricardo Gomes de Lima, é de incluir o Estado no plano de implantação de cinco Universidades Federais Tecnológicas, anunciado pelo Ministério da Educação para 2007.

Forças políticas e da educação na sociedade local estão sendo mobilizadas neste esforço. A proposta é de transformar o Cefet, que tem 7.500 alunos, em Universidade Federal Tecnológica do Ceará (UFTC).

A UFTC incluiria ainda a federalização do Instituto Centec, com 2.500 alunos de três Faculdades Tecnológicas e de cursos técnicos de nível médio, além de 40 Centros Vocacionais Tecnológicos (CVT) que atendem a 42 mil pessoas por ano.

"O Cefet do Ceará tem indicadores para ser a primeira Universidade Tecnológica do Nordeste. Isso seria muito importante para o estado, uma vez que a Universidade Tecnológica é um fator de desenvolvimento regional", disse Cláudio Ricardo.

O processo de Universidade Tecnológica foi iniciado com a transformação do Cefet do Paraná na primeira Universidade Tecnológica do Brasil, em novembro de 2005. "Isso abre caminho para que outros Cefets se transformem", afirmou.

Cláudio Ricardo diz que "o Ceará se caracteriza por ser o estado que tem o sistema de educação profissional e tecnológica mais estruturado do País. Como exemplo, cita o sistema Centec-CVT, "que tem uma capilaridade muito grande, abarcando praticamente todo o estado".

Esse sistema existe hoje no governo do Estado, mas subsiste com alguma dificuldade porque o Ceará é um estado pobre, com três Universidades estaduais e esse sistema para sustentar, informa.

De acordo com Cláudio Ricardo, com a federalização, ao incorporar o sistema Centec e a transformação do Cefet, nasceria a maior Universidade Tecnológica da América Latina.

O diretor geral conta que do ponto de vista interno, o Cefet está pavimentando o caminho, melhorando os indicadores para pleitear tecnicamente a universidade tecnológica junto ao MEC.

"Não será uma luta fácil. Haverá uma grande concorrência em todo País por essas transformações", avalia Cláudio Ricardo.

Por isso, ele defende a necessidade de arregimentar primeiro os indicadores técnicos, e depois o apoio político-institucional, das lideranças empresariais, sindicais, de toda a sociedade cearense.

O Cefet hoje tem 7.500 alunos em todas as suas unidades do Estado. São 20 cursos superiores tecnológicos e licenciaturas, e 13 cursos técnicos, além da pesquisa e pós-graduação.

"É um compromisso da Universidade Federal Tecnológica continuar com o ensino técnico. Temos cerca de uma dúzia de cursos de pós-graduação latu senso e dois mestrados: um acadêmico e um profissional em parceria com a Uece", relata o diretor geral.

Conforme Cláudio Ricardo, no Paraná, que é um dos estados do ponto de vista educacional mais avançados do País, uma grande união da classe política foi articulada para a conquista da Universidade Tecnológica.

"A bancada do Paraná considerou suprapartidária a matéria da transformação do Cefet em Universidade Tecnológica e se uniu na defesa desse objetivo. É o que estamos querendo fazer no Ceará", assinalou.

Cláudio Ricardo acentua que "essa é uma discussão que precisa ser levantada com a sociedade cearense".

É preciso - acrescenta - esclarecer o que é Universidade Federal Tecnológica, qual é seu papel como fator de desenvolvimento regional, que ganhos pode trazer para o Estado, o que melhora na formação profissional e tecnológica.

No panorama educacional brasileiro, o CefetCE é uma das instituições de maior complexidade, que vai desde o ensino médio até a pós-graduação, observa Cláudio Ricardo.

"Esse processo se consolidou num espaço de tempo de oito anos para cá. Mostra que o Cefet está maduro, pronto para esta transformação para pleitear a condição de Universidade Federal Tecnológica", assinala.