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HUAC: suas crônicas dificuldades

Realmente, poderia se dizer que, atualmente, nós estamos enfrentando “uma grave crise” nesta tão importante área da saúde, na nossa sociedade?

 

Evaldo Dantas da Nóbrega - Diretor Geral do HUAC / UFCG

 

 

 

 

Veja-se que essa tão lacônica e forte interrogação tem sentido, até porque, de há muitos dias e meses, tem havido como que uma forte veiculação e presença dos assuntos pertinentes à referida área, nos meios de comunicação, na Paraíba.

 

É fato real que este tema – pois, socialmente intrigante! - tem envolvido vários aspectos da vida dos profissionais de todas as categorias que, de alguma forma, estão vinculados à área da saúde pública, não somente na Paraíba como também em todo o nosso país!

 

Em vez de “crise ou colapso na área da saúde”, o que se observa é a ausência de uma melhoria na Política de Saúde, no país – que está diante de uma nação moralmente doente!

 

É de se compreender que, quem está doente, geralmente, nem pode e nem deve esperar, posto que precisa de uma atenção muito especial, até podendo, em certas ocasiões, sofre profundas seqüelas orgânicas e/ou psicológicas, caso não receba a assistência devida no momento certo e nas condições de atendimentos corretas, seja ela ambulatorial ou no ambiente hospitalar.

 

Entretanto, sabe-se que, na verdade, o que se observa – e isso já se contabiliza anos a fio! – é que, não somente na específica área da saúde pública é que os brasileiros estão passando por tremendas e permanentes dificuldades.

 

E mesmo porque, como se pode testemunhar no nosso cotidiano, também há fortíssimas deficiências no tocante aos problemas da segurança, da habitação, da educação, e de outras tantas áreas como todos nós já bem sabemos.

 

Mais desalentador ainda, infelizmente, é que as dificuldades encontradas pelos gestores de instituições públicas (de um modo geral, pois não pensem que isso acontece somente com quem administra repartições da área da saúde, não!) estão cada vez mais complicadas, e um dos maiores entraves é no que se refere à escassez de recursos financeiros, no sucateamento das suas instalações e de seus equipamentos.

 

E, também, a falta de mais servidores públicos bem mais qualificados e motivados para trabalharem no atendimento à nossa sociedade como um todo.

 

Neste prisma, adicione-se ainda: a baixa remuneração que é auferida ou paga pelos atendimentos médicos-hospitalares aos profissionais da área da saúde, em especial, pois, àqueles que atendem nos hospitais credenciados ao SUS.

 

Daí porque essa tão arrastada e profundamente triste situação vivenciada pela área da saúde, aqui nesta cidade e na Paraíba.

 

Desde a Contratualização, em abril/06, o HUAC ainda sequer recebeu a primeira parcela daquela verba financeira extra que foi prometida pelo Ministério da Saúde, via SMS, apesar de termos aumentado muito o número de atendimento médico-hospitalar, e o Magnífico Reitor da UFCG, professor Thompson Fernandes Mariz, está em Brasília (DF), onde, entre outras tarefas administrativas, vai procurar solucionar mais este problema do HUAC.

 

Recentemente, vimos que o doutor Carlos Mattos, representante do Ministério da Saúde, não conseguiu convencer a nossa categoria profissional a desistir, momentaneamente, de continuar lutando pelas melhorias das condições de trabalho e também pela recuperação ou recomposição das reais “perdas salariais” – se é que se poderia, enfim, oferecer tal denominação a este tipo de remuneração profissional. 

 

Ademais, enquanto servidor público de carreira - e demonstrando ser uma pessoa simples, direta e bastante transparente na sua forma de se comunicar profissionalmente com a nossa categoria e com os gestores públicos campinenses envolvidos na esfera da assistência médica-hospitalar -, ele efetivamente se apresentou como uma espécie de importante elo no acompanhamento de todas as pendências administrativas da área da saúde do Estado da Paraíba junto ao MS, objetivando oferecer maior celeridade aos pleitos encaminhados àquela pasta ministerial do atual Governo Federal.

 

Por outro lado, em sua bagagem, infelizmente, ele também nos trouxe uma péssima notícia: é que se não houver um enorme empenho - por parte dos dois Poderes Executivo e Legislativo, em Brasília (DF), objetivando a rápida “aprovação de uma verba orçamentária extra para o Ministério da Saúde”, lamentavelmente, estaremos como que correndo o grave risco de não recebermos a parcela da verba de custeio já no mês de outubro vindouro. Pior: que o Governo Federal, a quem compete realizar o reajuste da Tabela do SUS, “no momento, no MS não há a mínima condição de se reajustar referida tabela dos procedimentos médicos-hospitalares”, fato esse que, como não poderia ser de outra forma, somente provocou uma mais que profunda decepção aos colegas da Associação Médica Campinense!

 

E querem saber ainda mais? São verdadeiras as informações jornalísticas que estão dando conta de que lá no HUAC/UFCG está havendo uma enorme escassez de medicamentos que são apenas – APENAS MESMO! – distribuídos pelo seu NAP (que é o seu Núcleo de Atendimento Psiquiátrico), o que, geralmente, tem causado enormes transtornos aos servidores públicos que ali trabalham como também uma grande decepção para os pacientes (e familiares) que, periodicamente, ali comparecem para receberem gratuitamente os seus medicamentos psicotrópicos e ou neurológicos, adquiridos oficialmente pela SES – ao que nos consta!

 

Ademais, que se ressalte, inclusive, que a DISPENSAÇÃO de MEDICAMENTOS ESPECIAIS de USO CRÔNICO (EXCEPCIONAIS) que são enviados para o NAP/CAESE do HUAC/UFCG pela própria SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE ((SES), à qual, efetivamente, deve ter o cuidado de sempre abastecer as farmácias dos setores (ambulatórios hospitalares, como no caso do NAP/CAESE) que prestam assistência médica especializada para portadores de determinadas patologias. Entre elas, então, podemos citar: Hepatite B e C, Insuficiência Renal Crônica, Osteoporose e Hiperprolactinemia, Doenças neuro-psicológicas.

 

Daí porque, neste caso em particular em que estamos tendo a enorme escassez de medicamentos para os pacientes que são atendidos no NAP/CAESE – e que tem sido muito freqüente – se deve, realmente, ao fato de que está havendo um baixíssimo abastecimento por parte de quem deve realizar esta atividade.

 

Enfim, nós precisamos reunir todos os setores envolvidos nessa problemática, no sentido se encontrar, rapidamente uma solução eficaz e duradoura para tão grave problema de saúde pública em nossa cidade.


Data: 24/08/2006