Pesquisadora francesa que primeiro relatou o vírus da Aids em 1983 diz que ainda não se pode afirmar nem se um dia a ciência conseguirá desenvolver uma vacina realmente eficaz

Cerca de 85 estudos, com no mínimo 30 participantes, têm sido desenvolvidos em todo o mundo em busca de uma vacina eficaz contra o HIV. Entretanto, na opinião de Françoise Barré-Sinoussi, do Instituto Pasteur (Paris), ainda não se pode afirmar com certeza se uma vacina protetora é viável.

A pesquisadora destacou a necessidade urgente de mais pesquisas na área básica a fim de eliminar as brechas na investigação de vacinas.

"A pesquisa sobre o assunto é a área onde nós esperamos os mais relevantes progressos no século 21", afirmou Barré-Sinoussi, responsável pelo artigo científico que descreveu o HIV, publicado em 1983, na Science.

De acordo com a especialista, uma das principais esperanças de progresso reside nos recentes avanços na imunologia molecular.

"Entretanto, ainda há um caminho muito longo a ser percorrido antes de sabermos se um dia seremos capazes de produzir ou não a vacina", disse e acrescentou: "a maior esperança, no longo prazo, quanto ao controle do HIV/Aids é considerar todos os progressos e tratamento como abordagens integradas da saúde".