topo_cabecalho
Nova tecnologia auxilia diagnóstico do câncer de pele

Com o incentivo do Programa RHAE Inovação, pesquisadores estão desenvolvendo a termodermatoscopia, uma tecnologia que associa a termografia com a imagem dermatoscópica, para auxiliar o diagnóstico precoce e a prevenção do câncer de pele.

O Programa de Recursos Humanos para Atividades Estratégicas em Apoio à Inovação Tecnológica, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, já beneficiou mais de 500 projetos, estimulando a formação de equipes de pesquisa nas empresas.

Um dos projetos selecionados no ano de 2005 foi o Termodermatoscopia no Auxílio ao Diagnóstico e Prevenção do Câncer de Pele, desenvolvido pela empresa Techbay Information Technologies.

Com o incentivo do Programa RHAE Inovação, pesquisadores estão desenvolvendo a termodermatoscopia, uma tecnologia que associa a termografia com a imagem dermatoscópica, para auxiliar o diagnóstico precoce e a prevenção do câncer de pele.

Coordenado por José Henrique Hoeschl Mendonça, da empresa Techbay IT, a equipe conta com a participação de engenheiros, analistas, administradores e médicos, além de bolsistas financiados pelo Programa RHAE-Inovação/CNPq.

O projeto é desenvolvido em parceria com o laboratório LISHA da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), junto com os serviços de Anatomia Patológica, da Dermatologia do Hospital Universitário (UFSC) e o apoio de outras empresas, como a americana FLIR Systems, especializada em tecnologia de infravermelho.

O Programa RHAE-Inovação, anteriormente denominado Programa Recursos Humanos para Áreas Estratégicas, existe desde 1988. Hoje, financia bolsas destinadas a empresas que desenvolvem projetos tecnológicos e de inovação. Com as bolsas, as empresas podem agregar profissionais, com capacitação específica, às suas equipes de pesquisa.

Prevenção do Câncer

A incidência do Melanoma Cutâneo, o câncer de pele com maior índice de mortalidade, vem aumentando consideravelmente, chegando à taxa de 5% de novos casos, por ano. Diagnosticado precocemente, a taxa de sobrevida em cinco anos é de 95% a 100%.

No Brasil, apesar da implantação de programas de prevenção, como o Dia do Câncer de Pele, quando os dermatologistas fazem mutirões gratuitos de atendimento à população na tentativa de estabelecer o diagnóstico precoce, a maioria dos melanomas ainda é identificada em estágios mais avançados, o que diminui a taxa de sobrevida em cinco anos para 30% a 50% .

Os critérios clínicos para o diagnóstico são resumidos na chamada regra do ABCD: a análise da assimetria das manchas, bordas, cor e diâmetro.

A termodermatoscopia é a associação da dermatoscopia convencional, método de visualização detalhada de lesões e estruturas da pele que utiliza uma lente ultra-sensível para captar imagens das lesões, com a termografia, imagens baseadas nas emissões infravermelhas que permitem a visualização das variações das temperaturas. Essa nova tecnologia irá captar imagens, mostrando a modificação de temperatura das lesões.

Banco de dados

Além da captura das imagens e armazenamento em um banco de dados multimídia, o projeto irá desenvolver um software que auxilie a análise térmica das lesões com a utilização de algoritmos específicos. Também irá disponibilizar as imagens na internet, de tal forma que incentive discussões das análises entre os profissionais da dermatologia.

A conclusão do projeto está prevista para o ano de 2007. Durante sua realização, os softwares e hardwares desenvolvidos serão testados no Hospital Universitário da UFSC, sob a orientação dos médicos pesquisadores Jorge José de Souza Filho, Juliana K. Ikino e Gabriella Digiunta, contando também com a colaboração do médico José Bastos, do Instituto de Desenvolvimento da Administração Pública (IDAP).

Ainda na condução dos trabalhos pela UFSC, estão os professores Aldo Von Wangenheim e Eros Comunello.


Data: 14/08/2006