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Abertura oficial do Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia será hoje no Centro de Convenções Raymundo Asfóra

A abertura oficial do XXXIII Congresso Brasileiro de Ensino de Engenharia - COBENGE 2005, será hoje, segunda, 12, às 19h30, no Centro de Convenções Raymundo Asfóra, em Campina Grande - PB. O tema central do Congresso é ?Promovendo e valorizando as engenharias em cenários de constantes mudanças?. Os organizadores esperam mais de 600 participantes, entre eles dirigentes dos Governos Estadual e Municipal, da UFCG, professores, pesquisadores, estudantes e profissionais que atuam nas várias modalidades da engenharia em todo o país. Na abertura, estarão se apresentando o Coral Coro Em Canto, da UFCG, e a Orquestra Sinfônica da Paraíba. O Congresso será encerrado na quinta-feira, 15.

Hoje de manhã, um bom número de participantes, vindos de várias partes do país, fizeram suas inscrições na secretaria do Congresso, que está funcionando no hall de entrada do Centro de Convenções. O Congresso é o principal evento de engenharia do Brasil e é realizado desde 1979, e foi a UFRJ quem abrigou a sua primeira edição. A versão que acontece em Campina Grande é presidida pelo diretor do CCT, professor Dr. Benedito Guimarães de Aguiar Neto (foto).

Durante quatro dias, serão discutidas ?questões pertinentes ao fortalecimento da educação em engenharia no país, para a formação de engenheiros cada vez mais capazes de absorver e de desenvolver novas tecnologias, frente a um processo acelerado de mudanças decorrentes da dinâmica do conhecimento técnico-centífico?. Os participantes contam com mais de 10 terminais de computadores ligados à internet e todo um aparato tecnológico para o envio e recebimento de informações em tempo real.

A programação do COBENGE 2005 inclui conferências, mesas redondas, sessões técnicas temáticas e de pôsteres, minicursos, além de Assembléia da ABENGE. Paralelamente, vai acontecer o Fórum de Coordenadores de graduação com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP.

No COBENGE 2005 serão apresentados 384 trabalhos e um total de 40 sessões técnicas na forma oral e 03 sessões técnicas na forma de pôsteres.

O COBENGE 2005 é promovido pela Associação Brasileira de Ensino de Engenharia - ABENGE, e a coordenação é da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, e da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, sendo presidente da comissão organizadora o professor Benedito Guimarães Aguiar Neto, da UFCG.

O COBENGE 2005 é patrocinado pelo Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia ? CONFEA, Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia ? CREA-PB, Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento ? CNPq, Financiadora de Estudos e Projetos ? FINEP, Coordenação de Capacitação Docente ? CAPES, Companhia Hidro Elétrica do São Francisco ? CHESF, Centrais Elétricas Brasileiras ? ELETROBRAS, Petrobras Transporte S/A ? TRANSPETRO, Governo do Estado da Paraíba, Prefeitura Municipal de Campina Grande, Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL, Banco do Brasil e Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Micro Empresa ? SEBRAE.

Mais informações na página www.cobenge2005.cct.ufcg.edu.br.

Veja o que diz o professor Benedito Aguiar sobre o COBENGE 2005

Qual a importância do evento para a UFCG e para Campina Grande ?

A realização do COBENGE organizado pela UFCG é fruto do envolvimento da instituição, através do Centro de Ciências e Tecnologia, ao longo dos últimos 10 anos, na discussão nacional em torno das questões relacionadas à educação em engenharia, possibilitando que esta seja palco do mais importante fórum nacional da área, alcançando visibilidade nacional e possibilitando a troca de experiências dos nosso professores e alunos com a comunidade acadêmica das engenharias das mais diversas regiões do Brasil.. Para a nossa cidade é a reafirmação da existência de importante polo educacional de nível superior do grande potencia de realização de eventos técnico-científicos. 

O que o Congresso vai apresentar de novidades na área de ensino, pesquisa e extensão ?

Serão apresentadas as mais recentes experiências didático-pedagógicas no campo da educação em engenharia, desenvolvidas nas universidades brasileiras, bem como discutidas experiências de interação da academia com o mundo do trabalho, a papel da pesquisa, em especial da inovação tecnológica na formação do engenheiro, os desafios que envolvem a elaboração de projetos político-pedagógicos à luz das novas diretrizes curriculares nacionais.

O Governo está finalizando o projeto sobre a Reforma Universitária. Qual o foco que será dado sobre o assunto durante o Congresso ?

A reforma universitária apresenta aspectos que podem ser considerados bastante positivos e outros que podem ser danosos, em particular  para a Universidade Pública. Positiva é a ênfase à autonomia universitária, necessária e bastante reivindicada ao longo dos anos. Entretanto, essa discussão não pode deixar de estar atrelada à discussão do financiamento público. Autonomia sem compromisso de financiamento público é morte anunciada da universidade pública. Não podemos ter autonomia sem a segurança dos meios para implementá-la. No período pós-constituição os recurso para as IFES têm caído sistematicamente passando de 0,95 % do PIB 1989,  para 0,63 em 2000 e tem ficado em torno desse valor. Se bem que sinais de recuperação tem sido verificados, à medida que todas as IFES tiveram um aumento este ano de 34 %  no custeio. Uma outra diretriz considerada no projeto é a recuperação da capacidade de regular, avaliar e supervisionar as instituições, sejam públicas ou privadas. Este será um aspectos bastante discutidos no evento que acontecerá tanto no Fórum de Coordenadores de Graduação quanto em palestra plenária sobre a concepção e implementação do Sistema do Avaliação da Educação Superior (SINAES), ambos com a participação do INEP. Um aspecto positivo presente no anteprojeto é  obrigatoriedade da IES elaborar o seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), que deverá conter o Projeto Pedagógico Institucional (PPI), que é a peça doutrinária da instituição identificando a sua vocação educacional quanto ao ensino, a pesquisa e a extensão. A discussão do  tema reforma universitária contar com a participação do presidente a ANDIFES, prof. Dr. Oswaldo Batista de um representante da CNI/IEL Nacional e do ANDES.

Como está a UFCG na área do ensino voltado para a tecnologia, setor em que é mais reconhecida ?

A UFCG avançou muito nos últimos 8 anos nessa área, o que pode ser verificado pelos 5 novos doutorados (Recursos Naturais, Engenharia de Processos, Engenharia Agrícola, Meteorologia e Informática, 1 novo mestrado (Engenharia de Materiais) e um novo curso de graduação (Engenharia de Produção). Não pertencente à área tecnológica, mas com forte interação foi ainda criado o mestrado em Matemática com capacidade de em breve se expandir para o nível de doutorado. Está ainda em tramitação a criação de um mestrado em Recursos Naturais.

O que será abordado sobre a atuação profissional no mercado de trabalho ? perspectivas ? e ações do CONFEA ?

Com as novas Diretrizes Curriculares nacionais houve uma grande flexibilização quanto à formação profissional, onde a instituição tem liberdade de conceder diferentes formações ou diplomas dentro de uma grande área tradicional. Na realidade isso poderá ocorrer em todas as áreas do conhecimento. Em particular para as engenharias, o problema se torna mais complexo em virtude grande variedade de modalidades de engenharia já existentes e que poderá ser enormemente aumentada com a citada flexibilização na formação. O sistema CONFEA/CREA, bastante conservador e de atuação cartesiana tem então que se adequar a essa nova realidade.

Além disso, pela LDB a instituição concede apenas través do diploma a prova da formação profissional e não a autorização para o exercício profissional. Este tema será um dos temas bastante debatidos no evento com a presença do Eng. Wilson Lang, presidente do Conselheiro Federal  de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA).

O que será apresentado sobre as relações da Universidade, principalmente as parcerias com instituições públicas e privadas para absorção de estudantes em vários campos de estágios?

Termos a participação em vários momentos de representantes do setor industrial e de serviços a exemplo, através da TRANSPETRO,  ELETROBRAS, CHESF  e ANATEL e do IEL Nacional e instituições de fomento ao intercâmbio acadêmico a exemplo da CAPES, CNPq e DAAD. Serão discutidas formas de parcerias, oportunidade de trabalhos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento bem como apoio à mobilidade acadêmica de estudantes e de professores.

Sobre os novos projetos pedagógicos dos cursos de Engenharia, o que será abordado no evento ?

Em sessão específica sobre o tema serão abordados os desafios para a construção de projetos pedagógicos inovadores à luz das novas diretrizes curriculares nacionais para as engenharias, em especial as questões metodológicas que permitam introduzir novos formas de avaliação por habilidades e competências e o concepção de currículo como todo o conjunto de atividades do processo de ensino-aprendizagem.

O que o Governo tem feito para investir na Universidade, visando melhorar o ensino das engenharias, a exemplo de recursos para laboratórios, para aquisição de equipamentos, etc. ?

Há muito não se em um projeto específico para a área das engenharias, a exemplo do ocorreu com o programa REENGE. Há três anos se discute a criação de um novo programa de apoio denominado PROMOVE (Promoção e Valorização das Engenharias), que permitiria novos investimentos em laboratórios e experimentações metodológicas inovadoras, objetivando desenvolver a capacidade do estudante de atuar como elemento ativo no processo de ensino-aprendizagem, frente à dinâmica do conhecimento técnico-científico. Essa questão será abordada  pelo  Dr. Odilon Marcuzo, presidente da FINEP, discorrendo sobre o tema ?Promovendo e Valorizando a Engenharia em um cenário de constantes Mudanças?

Ensino à distância é um assunto muito atual. O que será apresentado no Cobenge sobre o assunto ?

Serão apresentadas a situação atual e as perspectivas futuras do ensino à distância no país com a presença do secretário de estado Prof. Dr. Ronaldo Mota, secretário Secretaria de Ensino e Educação a Distância do MEC. Que apresentará as políticas públicas estabelecidas para o setor. Participarão ainda especialistas no assunto, discutindo o estado da arte das metodologias atuais e os avanços metodológicos e tecnológicos envolvidos.

O que o público participante terá de novo sobre inovação tecnológica, empreendedorismo e educação em engenharia ?

Nessa discussão termos a participação do CNPq como agência de fomento à inovação tecnológica, por meio do Dr. Luis Pontual e a experiência da Petrobrás, através da TRANSPETRO, na pessoa do seu diretor o Dr. Marcelino Guedes. Espera-se debater sobre a importância da inovação tecnológica no contexto da formação do engenheiro, do empreendedorismo como instrumento pedagógico da cultura da inovação tecnológica na formação e consequentemente no exercício profissional.

Como está o Brasil frente ao ensino de engenharias, com relação aos Estados Unidos e à Europa ?

Estaremos discutido essa questão durante o evento com a participação do prof. Dr. Orlando Baiocchi da ?University of Washington? e do prof. Dr. Armando Pires do Instituto Politécnico de Setúbal de Portugal. Sabemos que muitos avanços têm ocorrido nos Estados Unidos e Europa no campo da educação em engenharia que poderão ser bastante úteis para o país.


Data: 12/09/2005