Para reitor, catálogo do Ministério da Educação é camisa-de-força
"O mercado é muito rápido, temos de ser ágeis", diz Valmor Bolan
Para o vice-presidente do Conselho de Reitores de Universidades Brasileiras (Crub), Valmor Bolan, o catálogo é "uma camisa-de-força" para as instituições.
"O mercado é muito rápido, temos de ser ágeis", diz ele, que é também reitor da Universidade de Guarulhos (UNG). A instituição oferece dez cursos superiores de tecnologia atualmente e planeja abrir outra dezena.
Bolan aguardava o lançamento do catálogo para decidir quais cursos poderia lançar em breve no mercado. As Universidades, segundo a legislação, têm autonomia para criar cursos, mas o Ministério da Educação (MEC) agora sugere que eles se adaptem ao que consta no catálogo.
"Podemos até inventar outras nomenclaturas, mas depois, para reconhecer o curso no MEC, vamos ter dificuldades. Isso inibe a criatividade das instituições”.
As Universidades puderam fazer propostas de modificações no catálogo durante o primeiro semestre. O MEC aceitou 12% das sugestões de inclusão ou alteração de nomenclaturas.
O número de vagas em cursos superiores de tecnologia cresceu mais de 600% nos últimos dez anos, segundo o MEC.
Entre as pioneiras no oferecimento de algumas áreas está a Universidade Anhembi Morumbi, que criou os primeiros cursos de Confeitaria e Panificação e de Ecoturismo e Turismo de Aventura, por exemplo. Hoje tem 3.500 alunos nessa modalidade de curso e um dos mais procurados é o de Gastronomia.
Segundo a consultora de carreira da empresa Career Center, Marisa da Silva, a empregabilidade de quem cursa os superiores em tecnologia depende muito da área escolhida.
"O mercado às vezes fica sem saber o que fazer com profissionais que cursaram algo muito novo", diz. Para ela, as áreas de tecnologia de informação e de gestão são as que mais empregam. Data: 01/08/2006
|