Senado dos EUA aprova lei que Bush promete vetar O Senado dos EUA aprovou ontem um projeto de lei para expandir o financiamento federal para pesquisas com células-tronco embrionárias humanas (extremamente limitado pelo governo nos últimos anos) O presidente George W. Bush, entretanto, prometeu vetar o projeto, por considerar a pesquisa antiética - o que seria seu primeiro veto em seis anos de mandato. “A resposta mais simples é que ele acha que cometer assassinato é errado”, disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow. “O presidente não vai entrar nessa ladeira escorregadia de pegar uma coisa viva e torná-la morta para fins de pesquisa científica.” Há cinco anos as pesquisas com células-tronco embrionárias estão engessadas nos EUA por causa de uma limitação imposta pela administração Bush à aplicação de verbas federais nessa área. Ela permite apenas o uso de linhagens já existentes em 2001 - poucas das quais permanecem viáveis para pesquisa. Ontem, após dois dias de debates bastante emocionais, os senadores aprovaram por 63 votos a 37 um projeto de lei para reabrir, novamente, os canais de financiamento. Faltaram apenas quatro votos para atingir a maioria necessária para impedir o veto presidencial (67). A Casa Branca apóia outras duas medidas aprovadas pelo Senado, que fomentam as pesquisas científicas com células-tronco sem a destruição de embriões. Uma, aprovada com unanimidade pelos 100 senadores, proíbe a criação de embriões para uso exclusivo dos cientistas. A outra, também aprovada por unanimidade, autoriza fundos federais para pesquisas científicas com células-tronco sempre que não levem à destruição de embriões. As pesquisas com células-tronco embrionárias são motivo de polêmica porque, para obtê-las, é preciso destruir o embrião - que muitos, como Bush, consideram algo equivalente a um assassinato. As células são extraídas quando o embrião tem pouco mais de cem células, menos de uma semana após a fertilização. Nesse estágio, as células-tronco retêm a possibilidade de se transformar em qualquer tecido do organismo, o que abre várias possibilidades de aplicação terapêutica. Pesquisas nos EUA mostram que 70% da população é favorável ao projeto. Data: 19/07/2006 |