Antonio Gadelha da Costa - Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP), professor adjunto da UFCG, vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia da Paraíba (SOGOPA) e sócio da Sociedade Brasileira de Ultra-Sonografia.

A ultra-sonografia é um dos principais métodos utilizados para examinar os órgãos do organismo humano. As duas principais modalidades ultra-sonográficas capazes de auxiliar no diagnóstico de doenças são a ultra-sonografia bidimensional e a tridimensional. A ultra-sonografia tridimensional iniciou-se em 1988, a partir de trabalho de  Sohn et al. na Alemanha.  No entanto, seu reconhecimento e aplicação clínica ocorreram a partir de 1998, quando essa metodologia foi aprovada pela Food and Drug Admnistration (FDA). A evolução dos equipamentos permitiu o desenvolvimento de aparelhos ultra-sonográficos com imagens tridimensionais, denominado ultra-sonografia 3D e tridimensionais em tempo real (imagens tridimensionais em movimento), denominado ultra-sonografia 4D. As imagens tornaram-se mais nítidas, plásticas e próximas da realidade de uma foto real, contribuindo substancialmente para o melhor entendimento das alterações plásticas no tecido humano.

Inicialmente entendida como exame ultra-sonográfico para fotografar o rosto de bebês, a ultra-sonografia tridimensional tem valores bem superiores aos de simplesmente avaliar com que cara vem o feto.

Por meio da ultra-sonografia 3D e 4D é possível ver com detalhes malformações no  feto, tais como fenda palatina e lábio leporino. Não é que a ultra-sonografia tridimensional substitui a ultra-sonografia convencional (ultra-sonografia bidimensional) para avaliar estes tipos de malformações fetais. Entretanto, a ultra-sonografia 3D pode providenciar uma análise complementar, quando estas anomalias são suspeitadas no exame bidimensional, tornando mais fácil o diagnóstico. Desta forma, a ultra-sonografia 3D e 4D é método complementar que junto com a ultra-sonografia bidimensional facilita o diagnóstico de inúmeras malformações fetais.

Outra situação que a ultra-sonografia 3D e 4D auxilia é na visualização de detalhes em tumores encontrados nos diversos órgãos do corpo humano. Por exemplo, este exame é capaz de demonstrar deste  detalhes na cápsula que envolve os tumores até a vascularização que irriga os mesmos.

Deve-se enfatizar que a realização da ultra-sonografia 3D e 4D deve ser baseada em  seleção cuidadosa de pacientes após a impressão diagnóstica inicial realizada pela ultra-sonografia tradicional. Uma boa imagem em modo bi-dimensional (ultra-sonografia tradicional) deve sempre ser obtida antes de se iniciar a ultra-sonografia 3D e 4D, pois a qualidade deste depende da somatória das imagens iniciais. Esta metodologia vai sempre ser aplicada para a realização de fotos e vídeos dos rostos de bebês para os pais. Porém, a realização deste método não deve  se limitar a esta aplicação. Ele pode ser utilizado no diagnóstico de várias patologias, fazendo parte do conjunto de exames complementares utilizados pelos profissionais médicos.