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SBPC debate integração da ciência

Reunião, em Florianópolis, aborda a união de disciplinas para promover o desenvolvimento. Cem pernambucanos vão participar

Desde ontem, a comunidade científica se encontra em Florianópolis, em Santa Catarina, na 58ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Este ano, o evento vai propor a integração das diversas disciplinas em torno do desenvolvimento da ciência. Segundo a organização, cerca de 100 pernambucanos estão participando com apresentação de trabalhos.

No evento, que vai até a sexta-feira, polêmicas como o modelo brasileiro de TV digital, o sistema de cotas para as universidades e o ensino a distância prometem esquentar os debates. A expectativa é que mais de 15 mil pessoas circulem nos seis dias da reunião, que tem como tema SBPC&T semeando interdisciplinaridade.

Segundo o vice-presidente da SBPC, o físico pernambucano Celso Pinto Melo, a reunião é o maior evento de ciências do Hemisfério Sul. "A SBPC é a sociedade que engloba todas as outras sociedades ligadas à ciência. É a oportunidade de discutir temas como política científica", exemplifica.

Membro do conselho nacional da SBPC, o professor José Antônio Aleixo, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), reforça a importância da reunião. "Após cada encontro, a SBPC prepara um documento que resume as sugestões e decisões saídas em cada debate e envia para entidades públicas e privadas ligadas à ciência&", explica.

Para Aleixo, as discussões em torno do modelo de TV digital devem ser as mais concorridas. "É um tema polêmico, assim como a política de ciência e tecnologia adotada no País. Esses debates prometem ter discussões acaloradas", acredita.

Trabalhos

Além dos simpósios, mesas-redondas e conferências, a reunião vai exibir trabalhos de estudantes de todo o País, por meio de sessões de pôsteres. Dos 2.450 projetos de pesquisa submetidos por autores brasileiros e estrangeiros, aproximadamente 100 são de pernambucanos. Ao todo, 79 instituições apresentaram trabalhos.

Um dos selecionados para a apresentação de trabalhos, o estudante de engenharia florestal Fernando Gadelha, da UFRPE, vai mostrar seu estudo sobre clone de eucalipto como matriz energética do pólo gesseiro de Pernambuco. "Tão importante como exibir o trabalho é conhecer e aprender coisas novas. É um encontro muito diversificado", revela.

Gadelha foi a Florianópolis de ônibus, com um grupo de participantes.

Para a engenheira agrônoma Marília Costa Castro, que vai exibir seu trabalho sobre contaminação orgânica em mananciais, a reunião amplia os horizontes. "São pesquisadores de todo o País. É uma chance de fazer intercâmbio entre profissionais."

Dos diversos debates, ela já elegeu os prediletos. "Quero saber novidades sobre biotecnologia, nanotecnologia e tecnologia dos alimentos, que são áreas nas quais posso atuar."


Data: 17/07/2006