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Para ministro da Educação, avanço real só virá com 6% do PIB

"O Brasil só conseguirá honrar sua dívida educacional quando investir, durante uma geração (20 anos), o equivalente a 6% do PIB", calcula Fernando Haddad

O ministro Haddad acredita que, hoje, a educação está em situação melhor do que no fim dos oito anos de governo Fernando Henrique Cardoso

Ele reclama de quem se debruça apenas sobre números para apontar falhas. A seu ver, o governo procurou priorizar todos os níveis de ensino.

No campo da educação continuada, por exemplo, uma das medidas apresentadas por ele foi trazer para o âmbito do MEC a alfabetização de adultos, antes coordenada pelo Comunidade Solidária, o que deixa os alfabetizandos mais próximos do sistema escolar tradicional e das escolas técnicas.

Haddad defende-se das críticas de que o governo deu atenção apenas ao ensino superior.

Segundo ele, iniciativas como a ampliação de oito para nove anos para que os alunos concluam o ensino fundamental são prova do interesse em ampliar o tempo de escolaridade dos brasileiros.

Também aponta evolução no sistema de avaliação dos estudantes, com o Prova Brasil, que apresenta, em sua opinião, um avanço considerável.

"O Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb), ainda em vigor, permite o diagnóstico dos sistemas municipais e estaduais de ensino. O Prova Brasil faz uma avaliação individualizada, por unidade escolar. Isso aumenta a responsabilidade da escola e a cobrança dos pais".

Mas é no nível superior que Haddad vê mais realizações.

A expansão da rede universitária, com quatro novas Universidades - todas ainda em fase de lançamento da pedra fundamental - a transformação de seis faculdades em Universidades e a criação de 40 campi, principalmente no interior do país.

O ministro comemora o aumento na oferta de vagas nas Universidades federais, que passaram de 120 mil para 153 mil/ano, e a ampliação do ProUni, que concede bolsas para alunos carentes em Universidades particulares, em troca de isenções fiscais.

O ministro reconhece, contudo, que os recursos ainda são insuficientes. Atualmente, o governo investe cerca de 4% do PIB em educação.

Quando o Fundeb - Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico (uma ampliação do Fundef) que está em tramitação no Congresso e a Reforma Universitária (que prevê autonomia financeira para as Universidades federais) estiverem em pleno funcionamento, esse percentual subirá para 4,5% do PIB.

Ainda assim, um percentual que ele considera baixo diante das desigualdades nacionais.

"O Brasil só conseguirá honrar sua dívida educacional quando investir, durante uma geração (20 anos), o equivalente a 6% do PIB", calcula Haddad.


Data: 10/07/2006