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Licenciatura indígena na Universidade Federal da Grande Dourados (MS)

Abertas de 10 a 21 de julho as inscrições do curso de Licenciatura Indígena da UFGD, em Dourados, Mato Grosso do Sul.

O curso superior Teko Arandu é voltado somente para professores indígenas das etnias guarani e kaiwá. A qualificação atende uma demanda por educadores com este tipo de formação para atuar no ensino médio.

O processo seletivo para as 60 vagas será realizado de 1º a 3 de setembro. Servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) colherão as inscrições e documentos dos candidatos nas aldeias da região.

O curso resulta de parceria entre Secretaria Estadual de Educação (SED), Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Funai e prefeituras dos municípios onde vivem as comunidades indígenas.

A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), auxiliou tecnicamente na elaboração da graduação.

A carga horária de 60h será divida em aulas presenciais, realizadas na universidade, e não-presenciais, desenvolvidas junto à comunidade.

O diretor do Departamento de Diversidade e Cidadania do MEC, Armênio Bello Schimidt, explica que este sistema é baseado na pedagogia da alternância, que atende às peculiaridades das comunidades rurais, indígenas e quilombolas, que seguem calendários próprios, baseados na subsistência - caça, plantio, pesca - e influenciados por fatores climáticos como cheias e secas dos rios.

"Nas aulas em aldeias, os alunos são monitorados e avaliados pelos professores em atividades práticas e de interação com a comunidade e têm ótimos resultados", afirma.

Os interessados podem tirar suas dúvidas sobre o vestibular com a Comissão Permanente de Vestibular da UFGB pelo telefone (67) 3411-3656 ou com a Funai de Amambaí, telefone (67) 3481-1820.

O MEC trabalha na formulação de um edital que possibilitará a integração do Teko Arandu ao Programa de Formação Superior e Licenciaturas para Indígenas (Prolind).

O programa foi desenvolvido em parceria da Secad com a Secretaria de Educação Superior (SESu) e presta apoio financeiro às universidades estaduais e federais que desenvolvem cursos de licenciatura voltados para professores indígenas.

O Prolind surgiu a partir de diagnóstico, feito com auxílio da Funai, que detectou que cerca de quatro mil professores indígenas atuam no ensino básico no país e não possuem formação para atuar no ensino médio.

Hoje, 2,1 mil docentes desse grupo são atendidos pelo programa. Eles cursam as licenciaturas das universidades estaduais do Mato Grosso e do Amazonas e das federais de Minas Gerais e Roraima.

Os cursos das Universidades Estaduais de Londrina (PR) e da Bahia e das federais de Campina Grande (PB) e do Amazonas que entram em funcionamento no segundo semestre deste ano também têm apoio do Prolind.

A formação de professores indígenas atende a princípios constitucionais e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que asseguram o uso e a manutenção das línguas maternas e o respeito aos processos próprios de aprendizagem destas comunidades no processo escolar.

De acordo com esse princípio, o professor dessas comunidades deve ser prioritariamente indígena.

A formação inicial e continuada desses profissionais deve capacitá-los a elaborar currículos e programas específicos para as escolas indígenas, para o ensino bilíngüe e no desenvolvimento de metodologias que propiciem a manutenção da cultura e dos valores tradicionais e a integração ao mundo moderno.


Data: 06/07/2006