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Satélite meteorológico de última geração beneficia pesquisas sobre o Nordeste

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a receber imagens e dados do satélite Meteosat-8, de segunda geração (Meteosat Second Generation - MSG), que deverá trazer novos avanços para a pesquisa, previsões e monitoramentos meteorológicos para o país.

As imagens deste novo satélite estão acessíveis a partir desta quarta-feira, pela homepage da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Inpe. Os satélites Meteosat são operados pela empresa européia Eumetsat e desenvolvidos pela Agência Espacial Européia (ESA) em parceria com a indústria.

As imagens e dados obtidos pelo Meteosat-8 serão úteis, principalmente, às pesquisas e aos estudos meteorológicos relacionados ao Nordeste, à costa brasileira e ao Atlântico Sul.

A cobertura privilegiada deste satélite à porção tropical e equatorial do Atlântico Sul favorece o acompanhamento de sistemas meteorológicos que influenciam o tempo e o clima do Nordeste.

As novas tecnologias a bordo do satélite melhoram a qualidade das informações meteorológicas - com o aumento da resolução espacial, por exemplo - e, ao mesmo tempo, ampliam a quantidade de dados atualmente disponíveis, com a operação de sensores em 12 canais do espectro do visível e infravermelho, contra os atuais 5 canais.

A possibilidade de geração de cartas da temperatura da superfície do mar, do vigor da vegetação, da instabilidade atmosférica e da quantidade de aerossóis são algumas das principais inovações, além da recepção de novas imagens a cada 15 minutos, contra os atuais 30 minutos.

O Inpe utiliza também imagens do Goes, da NOAA, dos Estados Unidos, que cobre melhor a América do Sul e o Brasil em relação ao Meteosat. Este satélite foca, primordialmente. o Atlântico Sul e a África.

"Mesmo assim, os aprimoramentos tecnológicos desta nova geração de Meteosats compensam esta desvantagem de posicionamento e cobertura para a América do Sul", afirma o chefe da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Inpe, Luiz Augusto Machado. A versão mais avançada do Goes deverá ser lançada somente em 2012.

Além das melhorias desta nova geração de Meteosats, o fato de transmitirem dados à Terra através de um sistema de televisão permite, de um lado, reduzir o custo de infra-estrutura de recepção de imagens e, por outro, enviar uma série de informações adicionais como, por exemplo, dados de direção e velocidade dos ventos na superfície dos oceanos.

Apesar da cobertura privilegiada do território brasileiro com os satélites Goes, Machado afirma que não há meios para garantir a recepção de suas imagens de forma sistemática.

A NOAA, responsável por estes satélites, tem deslocado com freqüência os equipamentos que cobrem o hemisfério Sul para acompanhar os furacões que surgem no hemisfério Norte.

Recentemente, a NOAA e o Inpe negociaram o deslocamento do Goes-10 para uma órbita mais favorável para a cobertura do País. Haverá melhorias, como aumento da freqüência de imagens, que passarão a ser geradas a cada 15 minutos, e maior freqüência de sondagens do perfil vertical da atmosfera, com a geração de dados de temperatura e umidade.

Ainda assim, o Meteosat-8 apresenta vantagens tecnológicas superiores. Machado ressalta, no entanto, que a combinação dos dados dos dois satélites é fundamental à meteorologia do país.


Data: 14/06/2006