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Opinião - O HUAC/UFCG no centro das atenções

Antonio Marcos - Jornalista


O Hospital Universitário Alcides Carneiro mais uma vez apareceu no noticiário como o centro das atenções, em particular neste momento em que uma “endemia de virose” se instalou na cidade, pelas alterações climáticas. Diante de tanta procura médica, especialmente na área da pediatria, este fato provocou uma enorme demanda de pacientes, mormente de criança, que procuraram aquele Hospital Escola para atendimento através do seu conceituado Serviço de Pronto Atendimento, nos últimos dias.

O HUAC, pelo que se pode entender, recentemente, vem sendo vítima de uma avalanche de interesses políticos-pessoais e financeiros,  é o único hospital público que presta um inestimável serviço à população campinense e de outras 171 cidades do Estado, daí não ser justa essa campanha nefasta que está sendo feita por pessoas que só pensam em si mesmas. Na realidade, toda essa campanha que vem sendo orquestrada contra o hospital, tem objetivos escusos, na maioria das vezes, o que demonstra que ele vem sendo vítima de interesses de todas as espécies.

A Contratualização dos seus serviços médicos-hospitalares, na verdade, recebeu toda a atenção e a chancela dos  Ministérios da Saúde e da Educação, até porque aqui esteve uma equipe de auditores, os quais, em 2005, o deram a importante titulação de Hospital Escola, através do selo de qualidade que é a sua própria CERTIFICAÇÃO. Assim sendo, o HUAC, além de estar cumprindo com o seu significativo trabalho de preparação dos acadêmicos e universitários que lá encontram um bom campo de estágio para uma melhor preparação profissional, também, como não poderia deixar de ser, vem prestando o seu compromisso social de atender, via Sistema Único de Saúde (SUS) à clientela formada pela população de menor renda financeira, em respeito ao resgate da cidadania não somente do povo campinense como também de todo o vasto Compartimento da Borborema, que ali encontram o seu porto seguro para um bom atendimento médico-hospitalar.

Por ser um hospital público, constitucionalmente o HU recebe um bolo maior desses recursos, o que é justo, porque oferece um maior número de serviços médicos à população, e também porque está em perfeita consonância com o que determina a Lei 8.080 de 1990 que trata sobre a criação, existência e o funcionamento do SUS. Esse fato, naturalmente, chega a  causar ciumeiras, principalmente na  rede de hospitais privados da cidade.

Obviamente, que como qualquer hospital, o HU não é o “Reino dos Céus”. Vale lembrar, que essa crise de identidade porque passam todos os hospitais universitários do Brasil, tem como suas maiores causas a falta de maiores recursos para a reestruturação e o reequipamento dessas unidades hospitalares, além do que na sua quase totalidade existe uma severa precariedade nos seus setor de recursos humanos. Há uma determinação que faz parte de um Termo de Ajuste de Conduta, na qual no próximo dia 30 deste mês todos os hospitais universitários do país deverão cumprir a determinação judicial de realizar a demissão de todos o pessoal terceirizado de atividade fim.

Em todo o pais, segundo informações da própria ABRAHUE (Associação Brasileira do Hospitais Universitários de Ensino) existe atualmente onze mil funcionários nesta delicada condição, o que, sem dúvida, está sendo um grande problema para o governo federal, o qual precisa urgentemente viável para a referida situação.

Contudo, em face dessa situação, o HUAC não pode ser vítima de ataques mesquinhos, a exemplo daqueles que aconteceram ultimamente e que foram noticiados pela imprensa. Ao invés dessa campanha nefasta, o que deve-se é encontrar soluções. Afinal, a quem interessa o fechamento do HU? Garanto que a população é que não é.


Data: 02/06/2006