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MEC investe na renovação das engenharias

Os cursos de pós-graduação da área das engenharias cresceram nos últimos dez anos uma média de 7,5%. Em 1996, o país tinha 126 cursos de mestrado e 61 de doutorado. Em 2006, são 229 de mestrado e 132 de doutorado. O Brasil possui 18 mil estudantes de mestrado e doutorado só nesta área, mas o número de engenheiros de alta qualificação ainda não é suficiente para atender à demanda do setor produtivo do país. A informação foi dada pelo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), Jorge Guimarães, durante o lançamento do Programa Inova Engenharia.

A ação foi lançada nesta terça-feira, 30, em Brasília, em uma cerimônia na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para Guimarães, a iniciativa é essencial porque o investimento nas engenharias significa colocar o Brasil na competição científica, tecnológica e de inovação com países como Índia, China e Coréia do Sul. "A Capes já colocou as engenharias como uma área prioritária", afirmou.

O ministro da Educação interino, Nelson Maculan, disse que a educação é vista como um todo e que o programa de modernização do ensino nas engenharias é de extrema importância.

O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, destacou que o Programa mostra o perfil ideal do engenheiro que o Brasil precisa para impulsionar o desenvolvimento. "Queremos o aumento da integração entre a educação em engenharias e o sistema produtivo", disse.

A elaboração do Inova Engenharia reuniu 17 instituições e órgãos do governo federal, entre elas, a CNI; o Ministério da Educação, por meio da Capes, da Secretaria de Educação Superior e da Secretaria de Educação a Distância; o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); a Associação Brasileira de Educação em Engenharias (Abenge) e o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura.

Ações da Capes

Integrada ao Programa de Modernização das Engenharias e à Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) do governo federal, a Capes vem intensificando ações na implementação de programas de apoio a áreas estratégicas para o país. Sendo assim, executa programas que buscam formar redes de pesquisa e de cooperação acadêmica, como, por exemplo, o Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad), que contempla as engenharias. Em 2005, foram apoiados 120 projetos, desse total 19% são projetos das engenharias. Em 2004, foram titulados 3.173 mestres, 1.206 doutores e 300 mestres profissionais na área.

Novas parcerias internacionais

A Capes financia 418 bolsistas da área das engenharias no exterior. Em 2005, a agência assinou convênios de cooperação internacional com instituições de excelência estrangeiras para a formação de profissionais de alta qualificação nas áreas das engenharias. Na Itália, firmou parceria com o Instituto Politécnico de Turim, uma das instituições de referência na Europa em estudos nas áreas das engenharias e arquitetura. O edital para candidatos a doutorado e pós-doutorado está aberto para financiar a ida dos estudantes. Mais informações no sítio da Capes <http://www.capes.gov.br/>.

Na semana passada, o presidente da Capes, Jorge Guimarães, negociou a ampliação do convênio com o Politécnico de Turim. A nova parceria irá fomentar e estreitar os vínculos entre pesquisadores brasileiros e italianos. Os beneficiados serão integrantes dos cursos das engenharias, principalmente, de mecatrônica, tecnologia da informação, engenharia industrial e engenharia aeronáutica.

O programa Brafitec é outra parceria da Capes, dessa vez com a França. A cooperação bilateral é realizada por meio de parcerias universitárias nas especialidades das engenharias, favorecendo o intercâmbio de estudantes de graduação, a adequação da estrutura e conteúdos curriculares, e metodologias de ensino nos dois países. Desde a criação do programa, em 2002, até abril deste ano, 315 estudantes brasileiros participaram do intercâmbio com 19 projetos de cooperação internacional selecionados pela Capes.

Outra cooperação é com os Estados Unidos, por meio do chamado programa Capes/Fipse (Fund for the Improvement of Post Secondary Education), do Departamento de Educação dos Estados Unidos. Desde o início do programa em 2001, foram selecionadas 40 propostas, com a participação de 594 bolsistas em oito áreas, entre elas, as engenharias. Os projetos foram realizados entre 37 universidades e institutos brasileiros e 80 instituições americanas de ensino superior. Os integrantes realizaram missões de estudos em instituições americanas com o objetivo de trocar experiências, modernizar as grades curriculares de cada curso e conteúdo das disciplinas. Atualmente, 154 bolsistas estão em atividade. A última seleção de projetos ocorreu em 2004.

As instituições interessadas apresentaram projetos de pesquisa e receberam da Capes apoio financeiro para a realização de missões de trabalho e de estudo, e para custeio das atividades de pesquisa. Cada consórcio Capes/Fipse recebeu em quatro anos o valor máximo de R$ 480 mil para colocar em prática o projeto. Outra característica essencial dessas cooperações internacionais é a vinda de estudantes franceses e norte-americanos para as instituições brasileiras.


Data: 01/06/2006