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Referência no tratamento do câncer infantojuvenil, HUAC recebe ação social nesta sexta-feira

Em 10 anos, mais de 200 crianças e adolescentes foram atendidos pela instituição

Mais de 200 crianças e adolescentes com câncer já receberam assistência, nos últimos dez anos, no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC-UFCG), vinculado à Universidade Federal de Campina Grande e à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Nesta sexta-feira (23), A Procuradoria Seccional da União em Campina Grande (PSU-CGE), órgão da Advocacia-Geral da União, vai realizar uma ação social no hospital, para marcar o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil.  

A programação começa às 14h e vai contar com mágico, palhaço, música e pintura artística facial. O evento terá participação especial de Super Doutores, Minimundo e Palhacinha Juju. A comunidade foi convidada a colaborar com doação de livros infantis, brinquedos e lápis para colorir, dentre outros itens.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apontam que o câncer é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes no Brasil. Entre 2009 e 2013, a doença foi responsável por cerca de 12% dos óbitos na faixa de 1 a 14 anos, e 8% de 1 a 19 anos. Já em 2014 (ano mais recente com informações consolidadas), foram registradas 2.724 mortes por câncer infantojuvenil no País.

Importância do diagnóstico precoce

Desde 2008, o HUAC é serviço de referência no tratamento do câncer na infância e adolescência e recebe pacientes de todo o Estado. Segundo a chefe da ala de oncologia pediátria do HUAC, Renata Gurgel, mais de 50 crianças e adolescentes estão, atualmente, em tratamento na instituição, sejam internadas, sejam no ambulatório.

“Nesses 10 anos do serviço, mais de 200 pacientes foram atendidos no HU, numa faixa etária que vai de zero a 18 anos e alguns vão além dessa idade, porque chegam aqui mais novos e continuam o tratamento com a pediatra. Hoje, 23 de novembro, queremos chamar a atenção para o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo for diagnosticada a doença, maiores são as chances de cura. Infelizmente, ainda chegam muitos pacientes aqui em estágios avançados”, afirmou Renata Gurgel, que é oncologista pediátrica.

Ela informou que os sinais do câncer infanto-juvenil se assemelham muito aos sintomas de outras doenças da infância. “Um quadro febril prolongado, uma criança que não está mais espertinha, que não quer brincar, dores de cabeça, dores na barriga, vômito. Então, por isso, o diagnóstico é um pouco difícil, pois é confundido, realmente, com as doenças da infância, como quadros de viroses e parasitoses”, explicou.

A história de Maria Clara

A médica Renata Gurgel também destacou a importância do pediatra nesse processo. “É importante que o pediatra da atenção básica fique atento a esses sinais, que podem chamar atenção e ser um câncer”. E foi justamente um olhar atento que contribuiu para o diagnóstico precoce de Maria Clara, 3 anos e cinco meses.

“Ela estava há quase um mês sem se alimentar direito, só tomava a mamadeira. Na escolinha, também me disseram que ela não estava comendo nada. Depois, apareceram umas manchinhas roxas pelo corpo. Daí procurei a pediatra”, afirmou a dona de casa Bárbara Bonfim, mãe de Maria Clara, que está internada no HUAC.

Segundo Bárbara Bonfim, o diagnóstico veio rápido: Leucemia. Desde que saiu de Barra de São Miguel, onde mora, para procurar tratamento em Campina Grande, já se passaram pouco mais de dois meses. Agora, o coração é todo esperança. “Faz um mês que ela está em quimio, mas sei que ela já está curada. Tenho certeza”, afirmou a mãe.

Alguns sintomas

Entre os sinais a que os pais devem ficar atentos, estão:

- Criança se torna mais sujeita a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores ósseas;

-  Embranquecimento da pupila quando exposta à luz, também chamado de "reflexo do olho do gato".

- Pode se apresentar, também, através de fotofobia (sensibilidade exagerada à luz) ou estrabismo (olhar vesgo);

- Aumento do volume ou surgimento de massa no abdômen pode ser sintoma de tumor de Wilms (que afeta os rins) ou neuroblastoma;

- Tumores sólidos podem se manifestar pela formação de massa, visível ou não, e causar dor nos membros. Esse sintoma é frequente, por exemplo, no osteossarcoma (tumor no osso em crescimento), mais comum em adolescentes;

- Dores de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos.

(Ascom HUAC/UFCG)


Data: 23/11/2018