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Entidades científicas se manifestam sobre nova classificação dos cursos de graduação proposta pelo Inep

Mudanças propostas pelo órgão federal preocupam a comunidade científica

A Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas da Comunicação (Socicom) e a Sociedade Brasileira de Computação (SBC) divulgam manifestos sobre a recente proposta de revisão da classificação dos cursos de graduação enviada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) a diversas instituições de educação superior do País. As entidades apresentam preocupação e estranhamento com as novas classificações presentes no Manual para Classificação dos Cursos de Graduação e Sequenciais – CINE Brasil 2018. O Inep instituiu prazo até o dia 19 de outubro para que as instituições se manifestem sobre as mudanças.

O manifesto divulgado pela Socicom trata principalmente da proposição apresentada pelo manual de excluir a Comunicação como área de conhecimento, substituindo-a por Jornalismo e Informação. Desta forma os cursos de Publicidade e Propaganda e Relações Públicas seriam transferidos para a área de Negócios e Marketing. “(A implantação das mudanças) seria um grande retrocesso. O campo da comunicação está institucionalizado no País e tem formado inúmeros profissionais e pesquisadores nas suas mais diversas especialidades. Nossa esperança é que estas mudanças não sejam implementadas e para isto estamos reunindo todos os esforços possíveis”, comenta Margarida Kunsch, presidente do conselho deliberativo da Socicom. Ela ainda afirma que mudanças dessa natureza deveriam ser debatidas com a comunidade e não impostas por meio de decisão burocrática.

Além das cartas dirigidas às autoridades do Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação e Inep, a entidade estará presente em audiência com o Inep/MEC no dia 24 de outubro. Leia aqui na íntegra o manifesto da Socicom.

Mesmo a SBC tendo sido consultada durante o processo de reclassificação proposto, a entidade afirma em nota que foram impostas grandes restrições pelo Inep para revisões significativas na classificação e que o resultado final é preocupante. “Os cursos vão ter uma grande dificuldade de se reconhecerem nessa classificação por uma questão conceitual. Toda a área de conhecimento da computação, está sendo classificada num tema que são as TIC’s (Tecnologias da Informação e Comunicação), que é um subconjunto, é um artefato desse conhecimento. O que a gente desenvolve de formação e de transferência de conhecimento para os egressos, para a prática profissional, é muito mais amplo do que a classificação está colocando”, afirma Renata Araújo, diretora de educação da SBC. Ela aponta ainda que a nova classificação desconsidera 20 anos de construção da caracterização da área e distinção dos cursos.

Por meio do manifesto divulgado à comunidade científica a entidade espera incentivar os coordenadores institucionais a avaliarem o Manual e fazerem suas próprias manifestações ao Inep. Leia aqui na íntegra o manifesto da SBC.

(Jornal da Ciência)


Data: 19/10/2018