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Pesquisa desenvolvida na UFCG pode revolucionar tratamento de doença na traqueia

Estudo aborda uso de materiais biodegradáveis em cirurgias em pacientes com traqueomalácia

 

Um dos principais objetivos da pesquisa científica é vencer os limites da Universidade e atender à população. É por isso, e com esse foco, que os trabalhos no Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) não param.

 

O Centro atua na base, dando suporte aos pesquisadores, com diversos laboratórios e equipamentos de qualidade, mas também está presente nas etapas finais, no processo de registro de patentes e interação com o mercado e as empresas, através de projetos como o Núcleo de Inovação e Transferência Tecnológica (NITT) e o Observatório de Inteligência Tecnológica (Obitec).

 

Uma pesquisa que exemplifica todo esse processo é o trabalho de mestrado do médico Breno Lucena, cirurgião vascular e que realiza seu doutorado no Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (Certbio), da UFCG. Seu projeto intitula-se Dispositivo tubular de quitosana para uso como prótese traqueobrônquica. Nomes complicados, mas atuação importante e de fácil compreensão. A gente traduz nas linhas abaixo.

 

O trabalho busca criar um tubo de revestimento para vasos sanguíneos. É uma espécie de proteção, que favorece a coagulação, não deixa o sangue escapar, por exemplo, em caso de cirurgias ou ferimentos graves. É o que os cientistas chamam de função hemostática. O grande diferencial, nesse sentido, é a composição do tubo: materiais biodegradáveis. Essa é a especialidade do Certbio, um dos laboratórios mais reconhecidos do Brasil na área de Biomateriais.

 

Na prática, isso pode ser muito útil. É o que acontece no tratamento de uma doença conhecida como traqueomalácia, condição caracterizada por flacidez da cartilagem de suporte da traqueia, e que pode levar a problemas de respiração, dificuldade de alimentação, afonia, entre outras complicações. Nesses casos, muitas vezes o tratamento usa uma espécie de tubo, que envolve a região afetada, sanando o problema.

 

Mas e se o paciente é uma criança, por exemplo, e cresce? A lógica é que uma nova cirurgia seja realizada, para que se retire o tubo e introduza outro, e o processo é repetido quantas vezes forem necessárias. Aqui está o diferencial! Esses procedimentos podem ser substituídos por apenas um, menos invasivo, de acordo com Lucena. É que a pesquisa em questão recorre a materiais que se biodegradam após atingir seus objetivos.

 

“Isso poupa um maior desgaste, diminui procedimentos invasivos, mas sem causar danos aos pacientes. Pelo contrário, a ideia é somente favorecê-lo e otimizar todo o procedimento. O material passa por diversos testes para que seja perfeitamente introduzido e aceito pelo organismo e pode ter diversas aplicações”.

 

O projeto está na fase de registro de patente. Mas segue em constante evolução. O próximo passo são os testes in vivo, percorrendo o caminho até chegar – o mais rápido possível, espera-se – ao paciente.

 

(Ascom CCT/UFCG)


Data: 08/10/2018