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Alunos com altas habilidades ganharão cadastro nacional

 

Para atender todos os estudantes superdotados do país, o Ministério da Educação trabalha na criação de um cadastro nacional que reúna as principais informações sobre eles. O objetivo é desenvolver políticas públicas que de fato alcancem esse público e que proporcionem o pleno desenvolvimento do seu potencial. Este é um dos temas de destaque do Encontro Nacional de Formação Continuada para os Núcleos de Atividades de Altas Habilidades e Superdotação (NAHHS), que termina nesta sexta, 1º.

 

A criação do cadastro está prevista na Lei nº 13.234, de 2015. Para fazer com que as políticas cheguem aos estudantes superdotados, o MEC, no segundo semestre deste ano, fez um levantamento sobre esses alunos, que estão na rede de educação básica e superior. A partir desses dados, foi desenvolvida a proposta de cadastro. O censo escolar de 2016 registrou 15.995 estudantes com altas habilidades em todo o país.

 

“Temos ainda grandes desafios nessa área, como identificar esses alunos”, pontua a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi/MEC), Ivana de Siqueira. “A falta de identificação interfere muito no processo de aprendizagem e, muitas vezes, eles são tidos como hiperativos ou desinteressados, com casos de repetência e até de evasão escolar, uma vez que não encontram o apoio de que precisam no ambiente escolar”.

 

Potencialidades – De acordo com a secretária, a meta é, até o início de 2018, concluir a proposta de cadastro, que, num segundo momento, será submetida a consulta pública e enviada à Presidência da República. “É uma área de muita importância, porque são talentos que nós estamos desperdiçando por não canalizar bem as potencialidades desses alunos, por não os conhecer e não ter como atendê-los. Precisamos fazer um investimento grande na formação de professores para eles saibam identificar e como trabalhar com esses alunos. ”

 

A professora Olzenir Ribeiro, que trabalhou no diagnóstico dos NAAHS e participa do encontro, acredita que o cadastro será importante para identificar e resolver os pontos mais sensíveis que envolvem o tema. “A tendência é a gente pontuar para ampliar [o atendimento]”, explica. Representantes de todas unidades da federação trabalham nesse sentido – como Denise Matos, do Departamento de Educação Especial de Altas Habilidades da Secretaria de Educação do Paraná, que reforça:  “[É importante que] a gente saia com um material de informação interessante para poder traçar e ampliar as políticas no estado”.

 

O encontro dos NAAHS é promovido pela Diretoria de Políticas Públicas de Educação Especial do MEC. Além da discussão sobre o Cadastro Nacional de Altas Habilidades, a programação do evento inclui oficinas, relatos de experiências e debates.

 

Ascom MECO uso do celular em sala de aula é tema de uma pesquisa do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Minas Gerais. O trabalho teve início em 2016 no campus de Varginha, e se propõe a desmitificar o uso dos aparelhos telefônicos, mostrando de que forma eles podem ser aliados do professor e criar uma consciência entre os alunos, evitando a dispersão.

 

Intitulada É pra copiar ou posso tirar foto?, a pesquisa partiu de um clássico exemplo que já rendeu vários debates entre professores e alunos: o fato de tirar foto do assunto escrito no quadro, ao invés de copiá-lo no caderno. “A princípio pesquisamos se os alunos que tiravam fotos retornavam àquelas imagens, isto é, se viam as fotos que eles tiravam do quadro”, explicou o orientador da pesquisa, o professor Lázaro Eduardo da Silva, de Ciências da Computação. “Com esses dados, verificamos alguns comportamentos e o próximo passo será ir até os professores e identificar programas e softwares que seriam interessantes para as disciplinas deles.”

 

A pesquisa sugere o uso de aplicativos livres ou gratuitos que possam ser baixados por todos os alunos de maneira a acompanhar a explanação do professor, como explica Silva. Ele cita um aplicativo de fotos de satélite para as aulas de geografia. “No momento em que o professor de geografia quiser mostrar uma região ele pede para o aluno entrar em um aplicativo a partir do celular e consegue que todos sigam o raciocínio dele olhando as localizações”, contou.

 

O professor Lázaro adverte, porém, que o celular deve ser visto com cuidado para que não substitua, por completo, a escrita dentro da sala de aula, tampouco interrompa o processo educacional. “No momento em que o aluno entender que pode usar o telefone, mas com o objetivo específico para o conteúdo que está sendo lecionado, aí acreditamos que vai obter resultados melhores do celular dentro da sala de aula”, explicou. 

 

Assim como em boa parte das escolas em todo o país, no Cefet-MG o uso do celular por parte dos alunos em sala de aula é proibido, salvo poucos casos em que o aparelho é usado para funções específicas.  A pesquisa já foi apresentada durante a 26ª Mostra Específica de Trabalhos e Aplicações (Meta) 2016 do Cefet-MG e durante a Semana Ciência e Tecnologia (C&T) do campus Varginha. Ela é coorientada pela professora Edilaine Gonçalves Ferreira e mantém um aluno bolsista do segundo ano do curso de informática.

 

(Ascom / MEC)


Data: 01/12/2017