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Autossuficiente e com credibilidade reconhecida, laboratório do CCT é referência internacional

 

Qual o objetivo de se fazer ciência senão para atingir a sociedade, ajudar a superar obstáculos do dia a dia e desenvolver conhecimento, compreensão e melhores formas de lidar com o mundo natural? Tendo essa ideia como base, o Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) é formado por diversas unidades acadêmicas e laboratórios específicos, os quais geram diariamente descobertas e inovações relevantes ao meio social. Um deles é o Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste (CertBio), ligado à Unidade Acadêmica de Engenharia de Materiais e reconhecido tanto nacional como internacionalmente.

 

O CertBio, desde 2006, quando iniciou suas atividades, desempenha um importante papel no sistema de saúde, em consonância com as ações do Ministério da Saúde, e oferece serviços de análises, ensaios e caracterizações físicas, químicas, mecânicas, morfológicas e de materiais para uso em saúde ou apoio médico-hospitalar. Em resumo: “tem como objetivo a prestação de serviços. Isso é o que fazemos”, segundo explica o coordenador do laboratório, Marcus Vinícius Lia Fook.

 

Uma das principais atividades desenvolvidas no CertBio é a realização de testes em próteses mamárias. Apenas três laboratórios no Brasil possuem reconhecimento e autorização do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para tanto, selo que garante qualidade e eficiência nos serviços prestados na Unidade. 

 

“As próteses mamárias produzidas no Brasil, importadas ou distribuídas têm que ter um laudo de um laboratório oficial acreditado pela Anvisa. Nós somos um desses três”, disse o coordenador. “Esse selo é um passaporte de reconhecimento internacional da eficiência das práticas de ensaio que o CertBio tem. Isso confere ao laboratório a possibilidade de realizar ensaios fiscais, gerando reconhecimento junto aos fabricantes e aos órgãos de vigilância sanitária, e trazendo bastante orgulho a nós que compomos o Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste”, completou.

 

Dezenas de testes são feitos nesse sentido, mas dois podem ser destacados: o químico e o biológico. Basicamente, o segundo trata da análise de citotoxidade, ou seja, saber se o produto está apto a entrar em contato com o organismo. Ou, em termos científicos, checar se a viabilidade celular atinge o mínimo exigido de 70%.

 

Além do reconhecimento internacional, o CertBio também se destaca por uma qualidade única: a autossuficiência. Isso porque o laboratório, já há alguns anos, passou a produzir o polímero básico para a maior parte de suas atividades e pesquisas: a Quitosana. Ele é alcançado a partir de um processo químico de alcalinização, que transforma rejeitos da indústria pesqueira. Em outras palavras: a partir da casca de crustáceos, como o camarão, o CertBio cria material compatível com o organismo e essencial para o desenvolvimento de suas próprias pesquisas, com qualidade médica, maior pureza e menor custo. “Nós produzimos e fazemos, aqui, todos os exames e ensaios”, reforçou a pesquisadora Rita de Cássia, lembrando que esse trabalho gera, inclusive, maior satisfação do futuro usuário do produto (seja o próprio laboratório ou um cliente externo), já que se cria de forma personalizada e específica, de acordo com a necessidade e os objetivos pretendidos.

 

O CertBio é acessível a todos os alunos, sejam de graduação, pós ou pesquisas, e também pode ser utilizado por pesquisadores externos à Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Nesse caso, no entanto, é necessário o contato com a direção do laboratório, que poderá disponibilizar pessoal e materiais para o desenvolvimento das pesquisas.

 

(Eduardo Donida - Ascom/CCT/UFCG)

 

 


Data: 25/04/2017