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Ciência Sem Fronteiras dará bolsas, mas exigirá universidade top

 

Criado em 2011 para financiar o estudo de brasileiros no exterior, o programa Ciência sem Fronteiras vai ganhar um novo formato para atender alunos de pós-graduação de todos os cursos, inclusive da área de humanas, desde que sejam selecionados por universidades internacionais renomadas.

 

Também está em estudo oferecer aos melhores alunos do Ensino Médio da rede pública a oportunidade de fazer cursos de línguas de curta duração, nas férias, no exterior.

 

A nova versão deve ser lançada já no próximo ano. Contudo, ainda não tem número de beneficiários definido, porque depende do orçamento a ser aprovado para o Ministério da Educação.

 

Antes restrito às áreas de exatas e biomédicas, o "novo" Ciência sem Fronteiras promete atender a alunos de todos os cursos e áreas de conhecimento, como humanas e artes. A primeira versão não oferecia bolsas de mestrado, que agora também poderão ser pleiteadas.

 

"Não haverá limitação por país, universidades e/ou cursos, mas será exigida excelência da instituição de destino. O programa contemplará todas as áreas do conhecimento", informou a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão do Ministério da Educação responsável por desenhar o novo formato do programa.

 

A Capes não especificou quais serão os critérios para definir uma instituição de ensino de excelência.

Estudantes de graduação, até então os maiores beneficiados, já foram excluídos do novo formato. Das mais de 92 mil bolsas concedidas desde 2011, cerca de 79% foram destinados para alunos da graduação.

 

O custo para os estudantes de graduação, estimado em R$ 3,2 bilhões para atender 35 mil bolsistas em 2015, foi considerado elevado.

 

O ministro da Edução, Mendonça Filho, disse em entrevista à Folha de S. Paulo, que "o intercâmbio de graduação é absolutamente inconsistente do ponto de vista técnico". Defendeu ainda dividir o programa em dois campos, dizendo que o financiamento de cursos de pós-graduação "é bem-vindo e necessário".

Já foi tomada a decisão de dar ênfase à concessão de bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. A segunda frente do Ciência Sem Fronteiras, contudo - focada em cursos de língua de curta duração para alunos do Ensino Médio -, ainda está em discussão.

 

Versão 1.0

 

Quando foi lançado, há cinco anos, o Ciência sem Fronteiras previa a concessão de 101 mil bolsas de estudo no exterior, sendo 75 mil a serem financiadas pela União e 26 mil pela iniciativa privada. Com a concessão das 92 mil bolsas, foram gastos cerca de R$ 12 bilhões.

 

Engenharia, biologia, ciências da saúde e a indústria criativa foram as áreas com mais beneficiados. Em números absolutos, Estados Unidos, Canadá, França, Austrália e Alemanha, nesta ordem, estão na lista dos principais destinos dos estudantes brasileiros.

 

Mas o programa, uma das principais bandeiras da gestão de Dilma Rousseff, também foi alvo de críticas. Algumas delas verbalizadas pelo atual ministro da Educação.

 

Mendonça Filho afirma que a última versão do programa, em 2015, beneficiou muitos alunos que foram para exterior sem dominar o inglês. Também afirmou que alunos de classe média foram atendidos, sugerindo que eles tinham condição de bancar o intercâmbio.

 

(BBC Brasil)


Data: 21/10/2016