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Artigo - Sete homens e um destino

Benedito Antonio Luciano*

 

Lançado no Brasil, em 22 de setembro de 2016, o filme “Sete homens e um destino”, dirigido pelo estadunidense Antoine Fuqua, é uma releitura do filme homônimo lançado em 1960, dirigido pelo também estadunidense John Sturges, sendo ambos os filmes uma adaptação do clássico “Os sete samurais”, filme japonês produzido em 1954, sob a direção de Akira Kurosawa.

 

Na versão 2016, a ação desenvolvida no Japão feudal em “Os sete samurais” é transposta para a região fronteiriça entre os Estados Unidos e México, sendo os samurais representados por pistoleiros profissionais, liderados por um caçador de recompensa, Sam Chisolm, muito bem interpretado por Denzel Washington.

 

No filme dirigido por Kurosawa, um grupo de camponeses que estava sendo constantemente atacados e pilhados por bandidos, resolve contratar alguns samurais para defendê-los. O problema é que esses camponeses não dispunham de recursos para pagar os samurais a não ser o arroz por eles colhido. Como esse problema foi resolvido, só assistindo ao filme para saber.

 

No elenco de “Os sete samurais”, destacam-se, além do primoroso trabalho do diretor do filme e do diretor de fotografia, os desempenhos marcantes dos atores Takashi Shimura, Toshiro Mifune e Keiko Tsushima.

 

Em “Sete homens e um destino”, dirigido por John Sturges, a ação se passa num vilarejo mexicano no qual os habitantes sofrem com os ataques frequentes de um bando de pistoleiros liderados pelo bandido Calvera, interpretado por Eli Wallach. Como os moradores eram pessoas pacatas, não tendo como enfrentar os bandidos, decidem contratar, na fronteira, pistoleiros norte-americanos para defender o vilarejo, começando o desenrolar da trama.

 

Ganhadora do Oscar de 1961 na categoria de Melhor Trilha Sonora, composta por Elmer Bernstein, a versão de “Sete homens e um destino” dirigida por John Sturges contou com um elenco de grandes atores, dentre eles: Yul Brynner, Steve McQeen, Horst Buchholz, Charles Bronson, Robert Vaughn, James Coburn e Brad Dexter.

 

Em “Sete homens e um destino”, dirigido por Antoine Fuqua, o roteiro é semelhante. Um grupo de camponeses, cansado de sofrer com as atrocidades cometidas pelo bando comandado por Bartholomeu Bogue, bandido rico e inescrupuloso, interpretado magistralmente por Peter Sarsgaard, resolve se reunir numa igreja para discutir uma forma de resolver a questão.

 

Em meio às discussões, a igreja é invadida pelo bando, o pastor é espancado, a igreja é parcialmente queimada e um camponês é assassinado a sangue frio no meio da rua por Bogue.

Vendo o marido assassinado, a sua esposa Emma Cullen, interpretada pela atriz Haley Bennett, resolve juntar todas as suas economias e empregar na contratação de um pistoleiro profissional capaz de juntar um grupo para defender a cidadezinha de Rose Creek, local onde ocorre o grande confronto final com o bando de Bogue.

 

Tecnicamente, o ritmo do filme é ágil, a atuação dos atores é convincente, a qualidade da fotografia é boa e na música, assinada por James Horner e Simon Franglen, são mantidos os famosos acordes criados por Bernstein.

 

Efetivamente, embora essa nova versão de “Sete homens e um destino” não possa ser comparada com faroestes do nível de “Os brutos também amam”, “Matar ou morrer” ou “O homem que matou o facínora”, é filme que merece ser visto por quem gosta do gênero.

                              

* O autor é professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFCG.

 

As afirmações e conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta responsabilidade dos seus autores, não expressando necessariamente a opinião da instituição


Data: 05/10/2016