Newton Lima afirmou a natureza e o financiamento públicos da empresa

"Vim a convite da UFCG para fazer uma exposição da gestão compartilhada e mostrar os resultados obtidos nos hospitais contratualizados. Vim ajudar na reflexão, não vim fazer apologia",  disse o  presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Newton Lima, durante o debate realizado na manhã desta quinta-feira, dia 29, no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC).

Essa explicação pontual rebateu insinuações de que a sua visita era doutrinária e de convencimento - nessa terceira etapa (contratualização dos serviços) da adesão da UFCG à Ebserh. E ressaltando que o ambiente universitário era por excelência de defesa franca das opiniões e do contraditório, lastimou os ataques pessoais de alguns manifestantes.

"Estou na condição de gestor público, fui reitor e prefeito, conheço a realidade de hospitais por ter sido gestor SUS por oito anos" respondeu categoricamente à provocação de que ocupava o cargo por conveniência partidária  - por não ter sido releito para o mandato na Câmara Federal.

Newton Lima explicou que cuida dos hospitais filiados e dos não filiados - pois a Ebserh também gerencia os recursos do Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf) que são distribuídos independente da unidade hospitalar pertencer ou não à Rede Ebserh.

Salientou que o grande prejuízo dos não filiados é a redução do quadro de pessoal, consequência das aposentadorias e da não recomposição - permitida apenas por concursos públicos realizados pela Ebserh.  E que essa redução de pessoal  repercute na diminuição dos atendimentos e impacta negativamente a matriz de distribuição dos recursos Rehuf.

Apresentação

Em sua apresentação do modelo de gestão compartilhada Ebserh, Newton Lima reafirmou o caráter público da empresa, dependente exclusivamente do tesouro nacional, com força de trabalho admitida por concurso público e com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde(SUS), rebatendo a ideia da existência duas portas de atendimento - a público e a privado - e a privatização das unidades hospitalares.

"O SUS depende muito dos hospitais universitários. Os HUs são os principais guardiões e pilares de sustentação da assistência pública. E o advento da Ebsher desprivatiza e desprecariza os serviços médicos".

Valores como a indissociabilidade entre as atividades de ensino, da pesquisa e da extensão, a inovação tecnológica, a autossustentabilidade econômica e a construção coletiva de diretrizes e metas foram pontuadas, considerando a valorização dos profissionais, capacitação de preceptores e ampliação da residência médica.

Nessa concepção de rede, comentou Newton Lima, há troca e intercâmbio entre os hospitais universitários, o que potencializa os resultados, conquista e otimiza os recursos; como também racionalizando os gastos.

Adiantou que, também em rede, serão oferecidos os mestrados em Gestão Hospitalar (profissional) e em Pesquisa Clínica, que potencializará a produção de pesquisa e inovação tecnológica  - numa permuta de conhecimento "antes encastelado em cada hospital".

Avaliação

Avaliando como positiva a visita do presidente da Ebserh, nessa terceira etapa da adesão, o reitor Edilson Amorim agradeceu à direção e aos servidores  do HUAC pela participação "enriquecedora no debate" e por franquiarem  o acesso às dependências do hospital.

O reitor afirmou que o dimensionamento aprovado pelo Ministério do Planejamento para realização de concursos públicos para o HUAC (316 vagas) e o Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), em Cajazeiras (367 vagas) pode ser revisto.

"A conjuntura atual, a crise nacional, frustrou a expectativa de mil vagas. No entanto, é possível reconquistar as 317 numa nova negociação, quando a economia se restabelecer".

O reitor e Newton Lima estarão nessa sexta-feira, dia 30, em Cajazeiras, cumprindo a mesma agenda - com a apresentação sobre a gestão Ebserh na Câmara Municipal, às 9h30, e visita às instalações do HUJB, logo em seguida.

(Marinilson Braga - Ascom/UFCG - 29.10.15)