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Artigo - A vida e a genialidade de Mozart

Benedito Antonio Luciano*

 

O genial compositor Wolfgang Amadeus Mozart, registrado como Joannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart, nasceu em Salzburgo, em 27 de janeiro de 1756, e faleceu na madrugada do dia 5 de Dezembro de 1791, em Viena. Segundo informações obtidas no volume 3 da Coleção Grandes Compositores da Música Clássica, lançada pela Abril Coleções, em 2009, Mozart teria composto sua primeira peça para piano aos quatro anos de idade. Aos nove, escreveu a primeira sinfonia e aos doze, assinou a primeira ópera.

 

Conduzido pelo pai, Leopold, e exibido como menino prodígio, Mozart passou dez dos seus primeiros quinze anos de vida viajando por toda a Europa, encantando reis e nobres com sua habilidade. Essa trajetória é apresentada de forma muito breve no filme “Amadeus”, lançado em 1984, vencedor de oito Oscar: Melhor Filme, Melhor Diretor (Milos Forman), Melhor Ator (F. Murray Abraham), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor FigurinoMelhor MaquiagemMelhor Som.

 

A vida adulta de Mozart, porém, foi muito atribulada e marcada por dificuldades financeiras. Sem emprego fixo, exceto um prêmio de consolação como instrumentista na corte de Viena, ele ganhava a vida, precariamente, dando aulas mal remuneradas e apresentando concertos, nem sempre bem frequentados. Isto é relatado no filme “Amadeus” e no livro do austríaco naturalizado brasileiro Otto Maria Carpeaux, “Uma nova história da música”, lançado no Brasil, em 1958.

 

Porém, o suposto empobrecimento de Mozart não é compartilhado pelo historiador alemão Volkmar Braunbehrens, autor do livro “Mozart in Viena, 1781-1791”. Segundo Braunbehrens, Mozart sempre ganhou bem mais do que Haydn, por exemplo, ou qualquer músico empregado na cidade; tampouco teria sido sepultado como indigente. Ainda de acordo com Braunbehrens, naquela época, em Viena, somente os nobres tinham direito a um túmulo individual com ornamentos.  Diante de tantas controvérsias, não é de se espantar que a vida do gênio da música seja um convite aos que gostam de lhe romancear a biografia.

 

Para os estudiosos da vasta obra composta por Mozart, há um registro cronológico-temático organizado por Ludwig Von Koechel, em 1862. Nesse registro, as obras têm números, em ordem cronológica, antecedidas da letra K, para lembrar o nome do estudioso que catalogou as 626 obras de Mozart, nelas incluídas 41 sinfonias, 27 concertos para piano e orquestra, 16 óperas, sonatas e músicas sacras.

 

Consta dos dados sobre a vida de Mozart que ele se tornou maçom em 14 de dezembro de 1784. Exemplos da influência da orientação maçônica podem ser percebidos em obras como “A clemência de Tito, K 621” e no belíssimo “Concerto para Clarinete e Orquestra, K 622”, composto para o clarinetista Anton Stadler, amigo que o teria introduzido na maçonaria.

 

Interessante que no fim da vida, já debilitado, Mozart tenha composto obras tão grandiosas e tão diferentes entre si, como: “A flauta mágica”, o “Concerto para Clarinete e Orquestra, K 622” e o “Réquiem em Ré menor, K 626”. Em “A flauta mágica”, o conteúdo é sério e ao mesmo tempo divertido, cheio de alegria de viver.  O “Concerto para Clarinete e Orquestra” parece ser a síntese de todos os concertos escritos por Mozart. Já o “Réquiem”, embora Mozart não tenha vivido suficiente para concluir a obra, o que ele deixou é algo tão sublime que não pode ser descrita em palavras, pois palavras são insuficientes para descrever a sua genialidade.

 

* O autor é professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UFCG.

 

As afirmações e conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta responsabilidade dos seus autores, não expressando necessariamente a opinião da instituição


Data: 28/10/2015