Benedito Antonio Luciano*

No início do decênio de 1970, costumava reunir alguns amigos na minha casa para ouvirmos músicas pelo rádio. Geralmente, isso ocorria no horário da noite e as rádios sintonizadas eram BBC (Londres) e Mundial AM 860 (Rio de Janeiro).

Na BBC escutávamos o programa “Iê, iê, iê na BBC”, apresentado pelo brasileiro Miguel Carlos. Na Mundial ouvíamos os programas “Ritmos de boate” e “Cavern Club”, apresentados pelo irreverente DJ Big Boy (codinome de Newton Alvarenga Duarte).

Foi no programa “Iê, iê, iê na BBC” que ouvi um reggae pela primeira vez, salvo engano, o nome da música era “Vietnam”, na voz do cantor jamaicano Jimmy Cliff (nome artístico de James Chambers).

Nos dias atuais, via internet, é possível não apenas ouvir músicas em diversas rádios (AM e FM), assim como assistir vídeos por meio de aplicativos computacionais em qualquer lugar, bastando ter às mãos um aparelho de comunicação móvel. Tudo graças às ondas eletromagnéticas.

Antes, ouvíamos a música pelo rádio e, quando gostávamos, procurávamos adquirir o disco no qual a música foi gravada. Lá, no início do decênio de 1970, os discos eram de vinil (“Long Play” ou compactos). As músicas tocadas nas rádios eram transmitidas a partir da execução mecânica desses discos nos estúdios e os sistemas eram analógicos.

Atualmente, os sistemas de reprodução das músicas são digitais, o que torna a qualidade da reprodução praticamente imune às interferências mecânicas e eletromagnéticas. Não havendo mais o contato mecânico da agulha com os sulcos dos discos de vinil, não se ouve mais o eventual chiado dos discos arranhados. A leitura é óptica, sem contato com a mídia gravada magneticamente. As antigas válvulas foram substituídas por dispositivos a semicondutores e os aparelhos de recepção e reprodução sonora se tornaram mais eficientes e versáteis.

Assim é que, aos sábados, às tarde, costumo ligar o computador e, enquanto elaboro a minha contribuição semanal para o informativo Suas Notícias, escuto, no mesmo computador, um programa musical intitulado “Memories”, na rádio Campina Grande FM. Nesse programa são apresentadas músicas internacionais e nacionais que ficaram na memória dos apreciadores da boa música popular.

E como é bom ouvir, pelo rádio, músicas bem selecionadas. Sei, entretanto, que o critério é relativo. O que é música boa para alguns pode não ser para outros. Há, inclusive, quem não tenha desenvolvido o hábito de ouvir música pelo rádio. Tudo bem, cada um faz as suas escolhas. Eu continuo gostando de ouvir música pelo rádio.

Dia desses, comecei a elaborar uma lista das músicas que ouvia na BBC, na Mundial, na Rádio Borborema de Campina Grande, no programa “Jovem Brasa”, apresentado pelo saudoso radialista Paulo Rogério e no programa “Memories”, atualmente apresentado pelo radialista Toninho Lima, na rádio Campina Grande FM.

Por ser longa, vou apresentar uma amostra dessa lista, destacando apenas algumas músicas que fizeram sucesso em 1970, 1971 e 1972:

      Antonio Carlos e Jocafi – Você abusou;

      Antonio Carlos Jobim – Águas de março;

      B. J. Thomas – Rock and roll lullaby;

      Badfinger – No matter what/ Day after day;

      Barrabas – Woman/ Wild safari;

      Bee Gees – Run to me/ How can you mend a broken heart?;

      Benito de Paula – Violão não se empresta a ninguém;

      Bread – The guitar man/ If;

      Carole King – You’ve got a friend/It’s too late;

      Cat Stevens – Wild world/ Father and son;

      César Costa Filho – Dose pra leão;

      Chigago – 25 or 6 to 4;

      Chico Buarque – Apesar de você/ Construção;

      Christie – Yellow River;

      Creedence Clearwater Revival – Have you ever seen the rain?;

      David Bowie – Starman;

      Don McLean – American pie;

      Dorival Caymmi – Oração de Mãe Menininha;

      Eliana Pittman – Das 200 para lá;

      Elis Regina – Nada será como antes/Casa no Campo;

      Elvis Presley – Silvia;

      Eric Clapton – Layla;

      Fagner – Mucuripe;

      Gal Costa – Pérola Negra;

      George Harrison – My sweet Lord;

      Gilbert O’Sullivan – Alone again (Naturally);

      Gilberto Gil – Expresso 2222/ Oriente;

      Giorgio Moroder – Son of my father;

      Isaac Hayes – Shaft;

      João Bosco – Bala com bala;

      João Só – Menina da ladeira;

      John Lennon – Mother/Imagine;

      Johnny Nash – I can see clearly now;

      Light Reflections – Tell me once again;

      Lynn Anderson – Rose garden;

      Michael Jackson – Ben;

      Middle of the road – Soley soley/ Sacramento;

      Milton Nascimento – Clube da esquina/ Cravo e canela;

      Mungo Jerry – Lady Rose/ In the Summer time;

      Mutantes – Ando meio desligado/ Balada do louco;

      Niel Diamond – Song sung blue;

      Nilson – Without you;

      Novos Baianos – Preta pretinha/ Acabou chorare;

Paul McCartney – Another day;

      Paulinho da Viola – Foi um rio que passou na minha vida;

      Paulinho Nogueira - Menina;

      Paulo Diniz – Quero voltar pra Bahia/ Pingos de amor;

      Reginaldo Rossi – Mon amour, meu bem, ma fame;

      Rick Shayne – Mammy blue;

      Ronnie Von – Cavaleiro de Aruanda;

      Sérgio Sampaio – Eu quero é botar o meu bloco na rua;

      Shirley Bassey – Diamonds are forever;

      Shocking blue – Venus/ Never marry a railroad man;

      Simon and Garfunkel – Bridge over troubled water/ The Boxer;

      Taiguara – Universo no teu corpo/ Viagem;

      Ten Years After - I'd love to change the world;

      Terry Winter – Summer holiday;

      The Hollies – He ain't heavy he's my brother/ The baby;

      The Marmelade – Reflections of my life/ Rainbow;

      The Popcorn Makers – Popcorn;

      The Ronettes – Be my baby;

      The Who – Won’t get fooled again/ Behind blue eyes;

      Tim Maia – Primavera/ Azul da cor do mar;

      Tony Orlando and Dawn – Candida;

      Tony Ronald – Help me get some help;

      Tony Tornado – BR-3;

      Toquinho & Vinicius – Regra três/ Tarde em Itapuã.

A escolha dos anos de 1970, 1971 e 1972 corresponde ao período no qual fui aluno do curso científico (segundo grau) no Colégio Estadual da Prata, em Campina Grande – PB. 

* Benedito Antonio Luciano é professor da Unidade Acadêmica de Engenharia Elétrica da UFCG.

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